O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2154 I SÉRIE - NÚMERO 62

depois de muita discussão e muita dificuldade, chegado a um consenso que entendo ser razoável, na próxima Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares o problema poderá ser devidamente encarado e agendado.
Desculpem, Srs. Deputados, mas não torno a dar a palavra a quem quer que seja sobre esta matéria. Não vou deixar eternizar este debate, que é apenas o prolongamento do debate realizado na Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares. O que os Srs. Deputados fizeram não foram interpelações, a única interpelação foi a do Sr. Deputado Carlos Coelho, que me perguntou se falou verdade. Claro que falou verdade, todos falaram verdade, ninguém mentiu aqui, só que, às vezes, nem sempre é fácil procurar encaixar várias verdades.
É verdade que todos falaram correctamente e ninguém aqui deturpou a verdade. Agora, peço-vos que não transportem para aqui a discussão dolorosa que tivemos hoje de manhã, na Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares.
Sr. Deputado Luís Marques Mendes, solicito-lhe que compreenda que, tendo nós chegado, com sacrifício, a esta plataforma, não vamos reiniciar este debate, pelo menos sem que me fundamente melhor a necessidade de uma reunião imediata. Não vamos tomar o comboio!
Na próxima Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares teremos muito tempo para agendar esta matéria, sobretudo tendo em conta que a sessão legislativa, provavelmente, se prolongará até ao fim de Julho.
Creio que chegámos a um entendimento. Quanto mais discutirmos, e assim calorosamente, este tema, mais dificilmente faremos uma boa e serena discussão sobre esta matéria, quando chegar a hora de a fazer.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, peço desculpa, mas insisto em usar da palavra, para fazer a fundamentação que solicitou.

O Sr. Presidente: - Então, tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, desta vez não vou concordar com V. Ex.ª. O Sr. Presidente é uma pessoa de convicções e eu também o sou. Em minha opinião, tudo quanto foi dito aqui esta tarde, pelo relato que tenho da Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, está correcto, mas uma coisa que não sou é ingénuo, tal como V. Ex.ª não o é. As declarações feitas pelo Governo, já depois da Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, permitem perceber tudo quanto a este caso e a uma estratégia para os próximos meses.
Nós somos sérios, mas não somos ingénuos, pelo que volto a sublinhar o que disse: insisto numa reunião da Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, porque surgiu um dado novo: as declarações feitas num determinado sentido. Este é apenas o primeiro de vários casos que vão suceder previsivelmente e de uma forma artificial nos próximos tempos, no início de um processo de vitimização. Nem neste caso, nem em qualquer outro posterior, o Governo vai ter o nosso aval para uma situação desse género.
Por isso, entendo que, em consonância com o que foi dito publicamente, depois daquilo que foi dito em privado, os dados estão alterados.
Sr. Presidente, peço desculpa de discordar de si, entendo muito bem os seus argumentos, mas compreenderá que, de facto, a minha bancada não vai dar qualquer pretexto ao Governo, porque este é um ponto de partida e não um ponto de chegada. Percebo-os muito bem e com a devida antecedência. Não vão ter esses alibis!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, se insiste, a reunião realizar-se-á, pois nunca deixei de satisfazer um pedido de um grupo parlamentar para realizar uma reunião da Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares.
No entanto, devo dizer-lhe, com toda a sinceridade, que fundamentar essa reunião urgente sobre uma matéria que foi arrumada, e bem, na Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, no pretexto de que o seu partido não vai consentir em que o Governo se arme em vítima, é, em minha opinião, uma fundamentação precária. Mas respeito-a, como calcula.
De facto, Sr. Deputado, nenhum de nós é ingénuo, isso é uma evidência.
Fica, então, marcada para o fim dos trabalhos uma reunião da Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, no meu gabinete.

O Sr. António Braga (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. António Braga (PS): - Para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - De novo, Sr. Deputado? Vamos a uma segunda ronda?

O Sr. António Braga (PS): - Não, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Se é uma verdadeira interpelação, tem a palavra, se é uma segunda ronda das interpelações anteriores, oponho-me terminantemente.

O Sr. António Braga (PS): - Sr. Presidente, trata-se de uma verdadeira interpelação, se é que há verdadeiras interpelações e não só interpelações.

O Sr. Presidente: - Há verdadeiras e falsas, como sabe, infelizmente.

O Orador: - Sr. Presidente, na sequência da primeira interpelação do Sr. Deputado Luís Marques Mendes, fiz sinal à Mesa, porque queria informar o Sr. Presidente de que o meu grupo parlamentar tem todo o interesse em que essa Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares se realize hoje. Era esse o teor da interpelação.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Deputado. Mas, de qualquer modo, desde que não dissesse nada, pressupunha-se o mesmo.

Risos do PSD.

Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Sá.

O Sr. Luís Sá (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Realizou-se no passado sábado a conferência do PCP sobre o Poder Local e as Eleições Autárquicas. Foi uma oportunidade para examinar os problemas que se colocam