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1274 I SÉRIE-NÚMERO 38

vários de exclusão, está a provocar,- entre nós, essa realidade difícil.
Por outro lado, não apresentei números muito dramáticos. Os números dos mais antigos são dramáticos mas fiz notar (não me foi perguntado tuas acho que é um elemento importante) que hoje as taxas de escolarização das raparigas são muito superiores às dos rapazes, acompanhando as tendências europeias mas com particular acentuação em Portugal, pois hoje as raparigas completam o secundário e no ensino superior correspondem a um movimento que contraria aquilo que foi a nossa realidade no passado.
Além disso, temos também consciência que há novas necessidades na sociedade portuguesa a que é preciso dar resposta.
A Sr.ª Deputada Natalina Moura fez uma pergunta em relação ao programa de educação de adultos que aqui referi e que é uma novidade a partir de 98. Já nas próximas semanas vai ser anunciado um grande programa de adultos articulando a educação e a formação. E esse programa vai desenvolver o quê? Tal como nós sabemos através de projectos muito localizados, nomeadamente em relação a mulheres, como no quadro do programa NOW, financiado pelas Nações Unidas - aliás, já o sabíamos desde 197411975, com o trabalho de educação de adultos então desenvolvido -, as respostas têm de ser localizadas. Para tanto, terá de existir muitíssimo apoio a nível de recursos humanos e materiais e todo um trabalho de certificação. Essa terá de ser uma oferta das próprias escolas, mas não só, também das autarquias, das colectividades e das associações.
Tem, pois, de existir urna grande dinâmica social. Vamos responsabilizar-nos por incentivá-la, apoiá-la e financiá-la, de maneira a que as respostas correspondam, realmente, às necessidades dos diversos públicos.
Naturalmente, o próprio ritmo, o calendário e as metodologias a adoptar no meio rural terão de ser distintos dos aplicados na periferia da cidade. E no âmbito desse programa de educação de adultos, as novas tecnologias, nomeadamente no domínio do ensino à distância, também vão ser mobilizadas e estar presentes.
Finalmente, Sr.ª Deputada Isabel Castro, como é natural, também nos preocupamos com as «bolsas» onde o abandono é particularmente elevado e, a esse propósito, gostava de esclarecer que nos territórios educativos de intervenção prioritária - e um grande número 'deles situa-se nas áreas que referiu - os professores ligados ao projecto que quiseram continuar na mesma escola, ao contrário do que é a tradição entre nós, puderam fazê-lo.
É, pois, fundamental, sem qualquer dúvida, ter presente que um trabalho ou projecto desta natureza, qualquer que seja a comunidade em que ele se inscreve, não pode ter bons resultados se todos os anos mudar a equipa docente! Foi assim que se procedeu nos territórios educativos de intervenção prioritária, nas situações de agrupamento de escolas do l.º ciclo, nos currículos alternativos -e demais situações em que a manutenção da equipa era absolutamente imprescindível.
Naturalmente, os professores puderam escolher: quem quis mudar, por seu interesse, pôde fazê-lo, mas quem quis continuar na mesma escola teve essa possibilidade.

A Sr.ª Natalina Moura (PS): - :Muito bem!

O Sr. José Calçada (PCP): - Julguei que estávamos a falar das mulheres!

O Sr. Presidente (João Amaral): .- Srs. Deputados, passamos à pergunta seguinte, relativa à localização do futuro aeroporto internacional na Ota, que será formulada pelo Sr. Deputado do PSD João Poças Santos e respondida pelo Sr. Secretário de Estado dos Transportes.
Tem a palavra o Sr. Deputado João Poças Santos, que dispõe de três minutos para o efeito.

O Sr. João Poças Santos (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Transportes, trago-lhe hoje uma pergunta que, repetidamente, tentei formular ao Governo, mas só esta semana foi seleccionada, o que demonstra que vale a pena persistir para obter do Governo a informação desejada.
A minha questão coloca-se em dois planos.
Em primeiro lugar, no plano da necessidade de acompanhamento e fiscalização pelo Parlamento desta importante opção nacional que, com certeza, terá de ser fundamentada tecnicamente, mas que exige uma total transparência, ausência de secretismos e de cedência a quaisquer tipos de lobbies económicos ou outros. Parece-me por isso, importantíssimo que o Governo forneça a esta Câmara toda a informação disponível, ao longo do percurso decisório que conduzirá à opção final e, posteriormente, à construção do próprio aeroporto.
Em segundo lugar - e é como Deputado eleito pelo distrito de Leiria que a coloco -, a questão coloca-se no plano da opção concreta de localização do novo aeroporto internacional. Sr. Secretário de Estado, penso que o Governo não pode nem deve ficar indiferente a realidades objectivas, como a circunstância de a localização do novo aeroporto a Sul do Tejo implicar problemas graves, do ponto de vista da segurança - todos estamos lembrados do bloqueio da ponte 25 de Abril, há alguns anos atrás. Por outro lado, a concentração demográfica é muito maior a Norte do Tejo: basta ter presente a localização da própria capita l do País, Lisboa.
Também a existência de uma vida empresarial muitíssimo dinâmica nos distritos situados a Norte do Tejo, como Leiria, Coimbra, Santarém e outros - em particular o de Leiria, distrito pelo qual fui eleito - impõe que a localização do novo aeroporto se faça nesta zona. E não podemos esquecer - o Governo não esquecerá. com certeza - a importância de Fátima, enquanto local de turismo religioso, que atrai centenas de milhares de pessoas todos os anos e que sairá beneficiada com essa hipótese de localização.
Sr. Secretário de Estado. através de mim, gostaria que informasse a opinião pública, nacional e regional, sobre o ponto da situação actual, já que apenas nos chegam algumas notícias pelos jornais. Com certeza, tem conhecimento de que esta questão está a gerar um grande movimento de opinião na sociedade civil, de que os agentes políticos podem e devem ser porta-vozes, para que, numa matéria tão importante, não se tome uma qualquer opção que ponha em causa, mais uma vez, os interesses desta dinâmica região a que pertence Leiria.
Consta que até Agosto haverá novidades nesta matéria, mas, para já, Sr. Secretário de Estado, pergunto qual é o ponto da situação e que pode adiantar-nos. A Assembleia da República também deve ser parte integrante desse processo e dessa opção que, não só em termos quantitativos, isto é, de volume financeiro, será decisiva para o desenvolvimento do País.

Aplausos do PSD.