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3042 I SÉRIE-NÚMER0 87

seja, à política virtual de que o seu partido, recentemente, se transformou num especialista admirável, em Portugal. E só ouviu isso porque, no fundo, é só isso que neste momento o CDS-PP Babe fazer; se não, teria ouvido o resto da intervenção e todas as coisas relevantes - ou menos relevantes, deixo isso ao seu critério - sobre o estado da Nação propriamente dito. Dediquei ao estado da Nação 27 páginas; ao estado da oposição três ou quatro parágrafos, os únicos por si ouvidos.

Aplausos do PS.

Devo dizer-lhe outra coisa: nunca consideramos a oposição uma força de bloqueio, nunca desprezámos as suas propostas e o Sr. Deputado sabe bem em que medida as propostas do seu próprio partido foram, em momentos cruciais da nossa vida política, tidas em conta e aprovadas.

O Sr. Deputado Luís Queiró (CDS-PP): - Então, porque é que agora não são?!

O Orador: - Lembro-me do tempo em que era possível discutir com o seu partido, em profundidade, propostas a encontrar soluções de consenso, como, porventura, V. Ex.ª se devera lembrar do tempo em que o seu partido pediu uma reunião ao Primeiro-Ministro, que se realizou na residência oficial, durante a qual discutiu apenas a lei de bases da segurança social, não fazendo nenhuma proposta sobre os aumentos para este ano, e tendo chegado cá abaixo, ainda dentro das próprias instalações do Primeiro-Ministro, a única coisa que faz foi anunciar ao Pais a proposta de aumentos que vai fazer para este ano.

Aplausos do PS.

Ou seja, aquilo que o CDS-PP teve a oportunidade de propor ao Primeiro-Ministro não propôs, mas fê-lo para o Telejornal das 20 horas, único interesse que o CDS-PP tem, aparentemente, no debate político em Portugal. Aliás, ainda ontem, curiosamente, houve um exemplo interessantíssimo: o líder do seu partido foi interrogado por um canal de televisão, em directo, sobre o futuro dos referendos e, em vez de responder á pergunta, esteve dois ou três minutos a falar com a única obsessão de dizer de mim aquilo que Maomé não conseguiu dizer do presunto.

Risos do PS.

É que para os Srs. Deputados da oposição, hoje, só existe uma obsessão: fazer tudo aquilo que estiver ao vosso alcance para eliminar a confiança no Primeiro-Ministro.

O Sr. Azevedo Soares (PSD): - Irradiar!

O Orador: - Isso é de tal maneira verdade que o Sr. Deputado Luís Queiró acaba de confessar aqui, perante o País, que a única coisa que lhe pode acontecer a si é vir agora por aí abaixo! Esta é sua obsessão e é de tal forma que é a única coisa que vem anunciar perante esta Câmara!

O Sr. Luís Queiró ( CDS-PP): - Essa é a sua obsessão! A minha éganhar as eleições e governar melhor! É igual á sua, aliás!

O Orador: - Sr. Deputado, quero dizer-lhe é que este Primeiro-Ministro não liga a sondagens, porque se ligasse já teria agido em beneficio do partido, quando elas eram favoráveis, e não o fez, em beneficio do País. A única preocupação que este Primeiro-Ministro tem é trabalhar, com seriedade, pelos problemas desse mesmo País, nomeadamente pelos problemas dos mais pobres, e é em relação a esses que temos vindo a actuar de forma consistente.
O problema, em relação às propostas do CDS-PP nessa matéria, é muito simples: é que elas são desenraizadas, desenquadradas e com custos mal estimados. Se o CDSPP estiver disposto a trabalhar seriamente na elaboração de soluções, teremos o major empenho em trabalhar com ele, mas este CDS-PP; agora, ao contrário daquele do passado, já só trabalha para a comunicação social, já não trabalha para a construção dos consensos democráticos desejáveis nesta Assembleia.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, o Sr. Deputado Luís Queiró, para exercer o direito regimental de defesa da honra e consideração da sua bancada.

O Sr. Luís Queiró (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não posso deixar de intervir para lamentar um facto que aqui aconteceu a que, aliás, nem corresponde à verdade, porque V. EX.ª revelou aqui os termos de uma conversa que teve no seu gabinete em S. Bento e depois insinuou que o líder do meu partido, cá fora, não se referiu à conversa que teve mas fez as declarações que entendeu, tirando aproveitamento político da conversa que teve lá dentro e que não foi aquela que ele revelou cá fora.

O Sr. José Magalhães: - É um facto!

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço mais uma vez que façam silêncio e não me obriguem a estar constantemente a fazer este pedido. É preciso respeito por quem está no uso da palavra!

O Orador: - Se bem percebi a reunião a que se refere, além de tudo o mais, isso não é verdade! Agora, não tenho culpa que a comunicação social seleccione apenas uma pequena parte daquilo que o líder do meu partido referiu e também não tenho culpa que V. Ex.ª, de facto, esteja apenas atento ao que se passa no Telejornal.
A verdade é que, noutra conversa que o Sr. Primeiro-Ministro teve com o líder do meu partido, V. Ex.ª reconheceu que no primeiro ano, de acordo com o plano de convergência das pensões mais degradadas com o salário mínimo, o montante era 65 milhões de contos. O Sr. Ministro das Finanças bem o sabe a V. Ex. º permite que o Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade venha dizer que esse aumento é superior a 100 milhões de contos. Pergunto aqui quem é que fala verdade e quem não fala!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Dou a palavra ao Sr. Primeiro-Ministro para, querendo, dar explicações.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente e Srs. Deputados, vou corrigir o Sr. Deputado Luís Queiró. Eu não disse aqui qual foi o conteúdo da conversa, não referi uma única linha sobre o conteúdo da conversa!