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O PSD está a seguir pelo pior dos caminhos possíveis e é pena que o Deputado Pacheco Pereira não se encontre nesta Sala, porquanto teria todo o gosto em recordar-lhe o facto de ele próprio, relembrando, porventura, velhos tempos, não ter resistido a vir aqui com umas tiradas de neorealismo serôdio, fazendo alusão, ate, a natureza do comportamento privado de alguns membros deste Governo.
Sr.ªs a Srs. Deputados: Enquanto insiste na tentativa de insinuação destas ilusões retóricas que visam esconder a realidade, do ponto de vista da discussão factual a empírica das questões que hoje se colocam no Pais, o PSD Babe que muito dificilmente pode opor uma alternativa seria ao actual Governo.
O PSD está a incorrer em três grandes ilusões reais. E não é com azedume, e, ate, com coda a boa vontade, no respeito pela importância que o PSD detém na sociedade portuguesa a que em nenhuma circunstância nós tenderemos a ignorar ou sequer a desvalorizar, que, ate com algum sentido pedagógico, quero enunciá-las.
Em primeiro lugar, o PSD está a cultivar a ilusão de que, com base na agregação de ressentimentos, pode construir-se uma alternativa política em Portugal. Não pode!

O Sr. José Magalhães (PS): - E um facto!

O Orador: - Em segundo lugar, o PSD está a cair na ilusão de que o populismo pode credibilizar um partido de oposição. Ora, o populismo pode lançar o PSD nos caminhos de uma postura tribunícia, mas jamais concorrerá pare que o PSD posse sedimentar-se a afirmar-se como uma alternativa verdadeiramente credível no contexto da sociedade portuguesa.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - A terceira grande ilusão que hoje percorre a afecta o PSD e a de que o manobrismo pode substituir as convicções. Desiludam-se! O manobrismo pode, circunstancialmente, esconder a ausência de convicções mas, a prazo, o manobrismo puramente táctico não permite esconder o essencial, a ausência quase absoluta de convicções em matérias fundamentais.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Nesse aspecto, quero lembrar-vos que a circunstancia de, no último referendo, se ter verificado uma elevada taxa de abstenção no piano da participação eleitoral também veio impedir o PSD de recorrer, sistematicamente, as propostas de referendo sempre que não quer manifestar posições, porque não as tem ou porque não e conveniente manifestá-las, em determinado momento, na sociedade portuguesa.

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Deputados: Quanto ao PP, verificamos, na sequência do seu congresso, que perdeu autonomia no piano estratégico, o que se constata todos os dias neste Parlamento, a que, dia a dia, vê diluída a sue identidade programática, como bem recordou o Deputado Manuel Monteiro, em intervenção que, ha dias, teve oportunidade de proferir nesta tribuna.

Aplausos do PS.

O Sr. Sílvio Rui Cervan (CDS-PP): - Ah! Ouviu?!

O Orador: O Sr. Deputado Luís Queiró parecer Ter ficado incomodado por eu Ter referido o Dr. Manuel Monteiro. Ora, há pouco, V. Ex.ª fez um exercício de prognose em relação as quotas de popularidade do Sr. Primeiro-Ministro a devo dizer-lhe que, às vezes; quando olho pare as últimas files da bancada do PP, também me divirto a fazer alguns exercícios de prognose.

Aplausos do PS.

Srs. Deputados, está o País numa situação favorável, do nosso ponto de vista. O Governo tem estado A altura das expectativas nele concentradas, tem cumprido, tem garantido a concretização dos objectivos que se propôs alcançar.
Termino como terminei ha pouco, no curto pedido de esclarecimento feito ao Sr. Primeiro-Ministro, elogiando, justamente, a atitude seria, rigorosa a equilibrada que ele aqui patenteou no início desta discussão.
Temos razoes pare estarmos satisfeitos a contentes. Temos a noção de que há cada vez mais portugueses que se reconhecem no PS, neste Governo a neste Primeiro-Ministro. Mas há uma insatisfação que nos a congénita, que há-se ser sempre a alavanca que nos permitirá continuar a percorrer este caminho. Há já um longo, complexo, difícil e fascinante percurso realizado, mas há, ainda, um grande caminho a percorrer, conjuntamente, sob a liderança do Sr. Primeiro-Ministro. Com este Governo, com este grupo parlamentar, nos vamos continuar a prosseguir pelo caminho da modernização, da transformação, do desenvolvimento, do Progresso a da justiça social em Portugal.

Aplausos do PS, de pé.

O Sr. Presidente: - Não havendo pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Carvalhas pare uma intervenção.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Deputados: Chegámos ao fim desta sessão legislativa. Estamos no ultimo debate, o chamado debate sobre o «estado da Nação».
De facto, ouvindo o Sr. Primeiro-Ministro, Ministros e
Secretários de Estado, até parece que o Conselho de Ministros se deslocou de S. Bento pare a Expo, pare o Pavilhão da ««Realidade Virtual» a cada vez mais virtual...
Aproveitando, também, uma conjuntura externa favorável ao País, o Governo fez seus os louros de um crescimento económico que não se radica, infelizmente, nem no fortalecimento do nosso aparelho produtivo, nem na balança comercial, nem na distribuição do rendimento nacional a na justiça social.
Em abono das suas teses, enumera as festas, as celebrações, a «política do betão», o ter ultrapassado o PSD nas privatizações, nos jobs for the boys, na concentração da riqueza, no favoritismo aos grupos económicos e, como testemunho da sue elevadíssima sensibilidade social, diz ate que tem estado, inclusive, a concretizar projectos sempre defendidos pelos comunistas, como seja o do rendimento mínimo garantido e o do sistema pré-escolar.
Na verdade, estamos perante duas realidades de sentido oposto. Uma delas expressa-se no crescimento económico, no. aumento da produtividade a fins lucros. Mas a outra, que atinge a maioria fins trabalhadores, não pode ser silenciada.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Muito bem!

O Sr. Orador: - Realidade que se expressa no número de desempregados que, de facto, continua a ultrapassar o meio milhão - e não há ««piscina», Sr. Primeiro-Ministro, que