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208 I SÉRIE - NÚMERO 7

O Orador: - Uma menção, também, para o Sr. Eng.º Cardoso e Cunha, não que o refira e concretize neste momento, sem entrar na politiquice, ao que, de alguma forma, poderia ser tentado, mas é conveniente referir aos Srs. Deputados que o Sr. Eng.º Cardoso e Cunha não foi demitido, demitiu-se.

Vozes do PSD: - Não, não!

O Orador: - Uma referência também para o Sr. Comissário Geral Eng.º José Torres Campos pela competência, rigor e responsabilidade que sempre demonstrou no exercício das suas funções, no que foi mais uma etapa da sua vida brilhante destinada à causa pública.
Como escreveu Fernando Pessoa, «saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos»!
Como sempre defendemos, a Expo 98 foi um projecto de Portugal e dos portugueses, que demonstrou de forma clara c inequívoca a nossa capacidade de concretização de um grande projecto.
Há 500 anos, demos novos mundos ao Mundo, partilhando descobertas, conhecimentos e culturas. Hoje, voltamos a partilhar a nossa cultura e a descobrir outros mundos e outras gentes.
A Expo não foi fruto do acaso, tal como não o foram a adesão à moeda única e o crescimento económico do nosso país. Este ciclo, caracterizado pela criatividade, inovação c qualidade, não terminou. Na viragem do século o nosso desafio ó contra o atraso qualitativo do nosso país, contra a inveja e a mediocridade. A Expo é o exemplo magnífico daquilo que os portugueses são capazes de realizar.
A Expo 98 constituiu um grande acontecimento cultural, científico, turístico, para além da sua importante mensagem humanista. O seu tema, Os Oceanos - um património para o futuro, acabou por ser um desafio para toda a Humanidade.
Está em causa a preservação do planeta e, consequentemente. a sobrevivência da espécie humana. No decurso de 1998, designado como o Ano Internacional dos Oceanos, e especialmente durante o período em que decorreu a Expo, discutiram-se os oceanos como espaço de descoberta de um novo equilíbrio entre a preservação do ambiente e o crescimento económico.
Diversos acontecimentos e iniciativas deram corpo a ideias políticas de desenvolvimento sustentável, solidariedade entre gerações e democratização do acesso à ciência, tecnologia, educação e cultura. Não obstante, a Expo 98 não se esgotou em torno dos diferentes acontecimentos culturais e científicos, já que contribuiu também, de forma determinante, para a projecção de Portugal como Estado responsável e activo perante a comunidade internacional nos domínios educativo, cultural e científico da protecção dos oceanos.
Como salientou S. Ex.ª o Presidente da República, «a Expo 98 constituiu um grande momento de síntese e de projecção de Portugal e da sua universalidade no século XXI».
Sr. Presidente, Sr.as e Srs Deputados: É já hoje visível a notável obra de recuperação e reabilitação da área de intervenção da Expo, que cobre 330 ha na zona oriental de Lisboa e da mancha u nascente do concelho de Loures. É gratificante verificar como uma área degradada e poluída, com instalações industriais antiquadas, depósitos petrolíferos, velhos armazéns militares, um matadouro obsoleto e ale uma lixeira a céu aberto, deu lugar a um espaço de excelência que encerra em si padrões de qualidade e de desenvolvimento urbano da próxima década.
A reconversão urbana e a inovação ambiental e tecnológica da zona de intervenção têm de ser caracterizadas por uma relação harmoniosa entre o Homem e o ambiente, contribuindo, desta forma, para uma melhor qualidade de vida.
Temos consciência do que o mais difícil vai agora começar. O pós-Expo 98 é absolutamente decisivo para a consolidação de todo o projecto de reconversão e de reabilitação que lhe está associado.
O grande desafio vai, pois, iniciar-se. Há urna parte da cidade de Lisboa para fazer, que tem de ser realizada a pensar nos cidadãos que irão usufruir de um espaço que foi construído a pensar neles.
A confiança com que encaramos o futuro não é susceptível de fazer esquecer ou iludir as dificuldades passadas, principalmente aquela provocadas por quem não tem escrúpulos, princípios ou valores. A melhor prova de confiança no futuro deve continuar, porém, a ser dada através de medidas e de acções que permitam manter total transparência quanto a todos os actos e acções que envolvam as diversas entidades e responsáveis do projecto. Para lá do controlo e da fiscalização dos órgãos e agentes próprios, não prescindimos do controlo e da fiscalização da opinião pública, o que só pode ser conseguido com uma opinião pública informada e verdadeiramente esclarecida.
O que precisamos agora é de continuar as causas e os objectivos da Expo, de transformar a vontade em maneira de ser, o eventual cm persistente, a capacidade em obras duradouras.
O rigor que defendemos e continuamos a afirmar requer uma mentalidade humilde e séria, mas também uma ambição c uma vontade determinadas em conseguir concretizar um projecto que vai durar até 2010.
Apesar do enorme esforço feito até aqui e dos brilhantes resultados conseguidos, temos, agora, perante nós o grande desafio, aquele que vai, de certo, permitir o salto cm frente, quer quanto a execução do plano de urbanização, quer quanto à consolidação dos laços afectivos entre os cidadãos e essa zona e a sua integração no território dos concelhos de Lisboa e Loures. O desafio começa a ganhar-se amanhã!
O recente protocolo assinado pelas Câmaras Municipais de Lisboa e Loures é bem revelador desse novo espírito que vai continuar a caracterizar o espaço do futuro Parque Expo. Como era de esperar Lisboa esteve e estará à altura da sua responsabilidades em nome e em respeito com o seu compromisso com o progresso e com o futuro.
A Expo 98 vai agora deixar de ser dos visitantes para passar a ser de todos os cidadãos. Os números impressionantes previstos para esta nova centralidade, com os seus 186 ha de área de construção, dois terços dos quais para habitação, 45 ha para escritórios, 15 ha para comércio, onde residirão cerca de 25 mil pessoas e trabalharão 18 mil, com as modernas infra-estruturas de que irão dispor, não nos podem fazer esquecer que este projecto tem de ser feito para as pessoas.
Se é verdade que hoje se pode dizer que existe um espírito próprio da Expo 98, é decisivo transmiti-lo para o novo Parque Expo ou, melhor, como ainda hoje o Primeiro-Ministro o designou, o novo Parque das Nações, que agora vai nascer e que vai pertencer todos.
Se conclusão importante pode ser retirada da Expo 98, ela é, indubitavelmente, a de que a Portugal moderno que