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Sr. Deputado Rosado Fernandes a revisão das contas, porque se enganou bastante; todavia, não vou entrar por este caminho.
Mas, como eu estava a dizer, lamento que haja os grandes incêndios e este ano - e isto já aqui foi dito, se não estou em erro, pelo Sr. Deputado João Maçãs - apenas 118 incêndios, com mais de 100 ha, foram responsáveis por cerca de três quartos da área total ardida. Sabe-se hoje melhor a razão por que arde a floresta, o que também já aqui foi dito. A floresta nacional é de facto muito vulnerável aos incêndios, porque é constituída por espécies altamente inflamáveis, se situa numa região de clima estival nitidamente quente e seco e manifesta um claro défice de ordenamento.
Por outro lado, aprofundou-se o conhecimento das causas de incêndio. As nossas brigadas de investigação dos fogos florestais têm identificado, de forma científica e rigorosa, as causas dos incêndios, que passam essencialmente pela negligência e não tanto pela intencionalidade criminosa.
Na base do conhecimento actual e da vontade política que temos, estamos convictos que é possível fazer inflectir a situação. Temos por adquirido que cabe à prevenção um papel decisivo para reduzir tanto o número de incêndios como as áreas percorridas por cada um. Está também adquirido que a compartimentação e o ordenamento florestal, se forem correctamente utilizados, fazem baixar o risco de deflagração de incêndio e de facilidade da sua propagação.
Sabemos ainda que a floresta que arde…

O Sr. Presidente: - Sr. Secretário de Estado, peço desculpa por o interromper, mas, como o Governo já não dispõe de tempo, apesar de esse facto não resultar do painel dos tempos, gostaria que terminasse, rematando a frase final.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente.
Sabemos ainda que a floresta que arde é fundamentalmente uma floresta de pequenos proprietários florestais, muitos dos quais não levam a efeito uma gestão activa do seu património. Ou seja, temos de proceder a uma profunda alteração da estrutura da floresta portuguesa. E isto não é trabalho para um governo, como aqui foi dito, mas, sim, para várias gerações. Felizmente o trabalho já está iniciado, começou pelos próprios proprietários que criaram um forte movimento associativo e corporativo. Hoje, existem, em Portugal, dezenas de associações e cooperativas de produtores florestais que não existiam há quatro anos…

O Sr. Presidente: - Sr. Secretário de Estado, tem de terminar. Já ultrapassou o tempo e já chamei a sua atenção para isso. Terá de fazer o favor de rematar a frase, não mais do que isso.

O Orador: - O Governo está profundamente convencido de que a única via para a diminuição deste verdadeiro flagelo passa pelo fortalecimento…

O Presidente: - Sr. Secretário de Estado, peço-lhe desculpa, mas não pode continuar. Lamento muito, mas as regras são iguais para todos.

O Orador: - Peço desculpa, Sr. Presidente.

Aplausos do PS.

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Para uma interpelação à Mesa, a fim de esclarecer a questão dos números que apresentei.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Sr. Presidente, os números que apresentei são números dados pela Direcção-Geral das Florestas, que tem sido, coitadinha, bastante mal tratada. De qualquer maneira, uma coisa é inegável: em 20 anos, arderam 2 milhões de hectares.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Se 2 milhões de hectares não vos contenta, então procurem…

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Deputado, mas o seu esclarecimento está dado.
A Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia pretende pedir um esclarecimento ao Sr. Secretário de Estado da Agricultura, mas o Governo não dispõe de tempo para o dar, a menos que a Sr.ª Deputada queira, irmamente, dividir o tempo de que Os Verdes dispõe com o Governo.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Com certeza, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sendo assim, tem a palavra, para pedir esclarecimentos, dispondo apenas de metade do seu tempo.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Sr. Presidente, o Sr. Secretário de Estado da Agricultura referiu, na sua intervenção, que uma das maiores causas dos incêndios e da dimensão dos incêndios florestais em Portugal tinha a ver com as características da floresta, referindo, inclusivamente, que uma dessas características são as espécies altamente inflamáveis.
Então, o que eu quero é que o Sr. Secretário de Estado nos explique por que é que, nesta lógica, o Governo insiste no plantio de eucaliptos no País. Como é que a plantação de eucalipto ocupa já mais de 20% do território da nossa floresta? Como é que, na última década, o eucalipto passou a cobrir mais 80% da área que ocupava? Como é que o Sr. Secretário de Estado não se referiu àquilo que se tinha tornado público, relativamente aos apoios à plantação de eucalipto, via III Quadro Comunitário de Apoio? Até, inclusivamente, na reflorestação das áreas ardidas o eucalipto ocupa sempre uma fatia importante. Então, por quê esta lógica?

O Sr. Secretário de Estado da Agricultura: - Isso não é verdade!

A Oradora: - É verdade, e se o Sr. Secretário de Estado conhecer a realidade de Abrantes saberá isso certamente!
Portanto, eu gostaria que o Sr. Secretário de Estado me respondesse onde é que vamos parar nesta lógica. O Sr. Secretário de Estado vem com princípios muito interessan