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22 I SÉRIE — NÚMERO 89

desfeitos, que os egoísmos nacionais de Nice sejam ultra- passados, é necessário ir mais longe e mais depressa. E é Aplausos do CDS-PP. aqui que o problema se coloca.

V. Ex.ª ganha aqui dentro, em Portugal, os favores da O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o comunicação social quando faz um discurso de egoísmo Sr. Primeiro-Ministro. nacional, quando diz que quer defender os interesses por- tugueses contra os poderosos. Até nós, nesta bancada, O Sr. Primeiro-Ministro: —Sr. Presidente, Sr. Depu-ingenuamente, o apoiámos. Dissemos: «Assim é que é! tado Basílio Horta, gostaria muito de o ajudar, mas, para Também nós queremos há muito tempo fazer isso!» isso, preciso do seu gráfico sobre a evolução da Bolsa. É

Mas agora o Sr. Primeiro-Ministro tem um outro dis- capaz de mo dar, se faz favor? curso! Sr. Primeiro-Ministro, concretamente, em que fica- mos? Qual é o discurso oficial? É aquele que V. Ex.ª faz Risos do PS. aqui ou é aquele que faz lá fora? Qual é a posição do Par- tido Socialista? É por um saudável egoísmo nacional, O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): — Com muito gosto, defendendo interesses vitais de Portugal, ou, pelo contrá- Sr. Primeiro-Ministro. rio, é por aquilo que há pouco foi dito, numa atitude de enrolar, enrolar, sem que ninguém perceba o que é? Uma Neste momento, o Sr. Deputado do CDS-PP Basílio linguagem aqui e outra na Europa, sem qualquer tipo de Horta levanta-se e entrega o gráfico ao Sr. Primeiro-presença firme e esclarecida quanto à posição portuguesa Ministro. na construção europeia.

Peço-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que, em relação a esta O Orador: —É que assim ficamos todos mais esclare-questão, não siga o provérbio árabe que diz: «Os homens cidos. usam as palavras para esconderem o que pensam». Hoje, Ora, Sr. Deputado Basílio Horta, como está a ver e a por uma vez, não faça isso! Diga aos portugueses o que o dar este gráfico por válido, o problema de divergência, em pensa sobre esta questão! relação ao que se passa fora de Portugal, ocorre em Abril

Há ainda um outro aspecto, Sr. Primeiro-Ministro, Sch- deste ano. roeder vai mais longe, aponta para uma construção euro- peia sem povo europeu. Quer um governo europeu sem Risos do PS. estruturas europeias e sem a participação dos parlamentos europeus. Se isto fosse resultado da reforma fiscal, como o Sr.

Pergunto: V. Ex.ª admite que alguma vez isso possa ser Deputado Basílio Horta disse, ela teria ocorrido em Abril. feito em Portugal, sem um referendo? Mas como se trata de uma reforma fiscal do ano passado, o

que este gráfico mostra é que não há qualquer correlação O Sr. José Saraiva (PS): — O Sr. Primeiro-Ministro já entre a reforma fiscal e a diferença entre a Bolsa portugue-

disse que não! sa e as outras. O Orador: —V. Ex.ª está de acordo com isto? Está de O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não! Não, Sr. Pri-

acordo com este tipo de intervenção? meiro-Ministro! Para terminar, por iríamos muito mais longe, o Sr. Pro-

di veio agora com uma novidade, que é o imposto europeu. O Orador: —Ou, então, terá de dizer que a queda das Aliás, não é bem uma novidade, porque o Dr. Mário Soa- Bolsas europeias se ficou a dever à reforma fiscal portu-res já lhe tinha aberto a porta… guesa, o que é um dos maiores disparates que alguma vez

se poderia dizer nesta Câmara. Risos do Deputado do CDS-PP Paulo Portas. Aplausos do PS. Pergunto-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: também concorda

com o imposto europeu? Acha bem que nós ainda tenha- O Sr. Sílvio Rui Cervan (CDS-PP): — Estaria repro-mos de pagar, para financiar através do imposto europeu? vado! O que é que o Sr. Primeiro-Ministro pensa sobre esta matéria? O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não se preocupe

não…! O Sr. Presidente: —Agradeço-lhe que termine, Sr.

Deputado. O Orador: —Demonstrado, pela análise do gráfico, que o CDS-PP não tem qualquer razão nesta matéria, e é O Orador: —Vou terminar, Sr. Presidente. sempre bom analisar os gráficos, na sua realidade, para A construção europeia é realmente um aspecto vital. Sr. demonstrar as coisas, vamos ao que interessa. E o que

Primeiro-Ministro, numa palavra muito simples, diga-nos interessa é dizer que não há qualquer contradição entre o qual é o papel de Portugal, qual é o nosso papel, face à que dizemos aqui e lá fora. nossa independência, na construção de uma Europa, que se A Conferência de Nice trouxe consigo a necessidade quer mais solidária e menos burocratizada e que está a ser do pós-Nice, porque, como eu próprio disse, foi, do ponto feita de uma maneira com que não concordamos. de vista da defesa do interesse nacional português, uma