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24 I SÉRIE — NÚMERO 89

para poder pagar isso? nesta nem em nenhuma! Mais: pode o Sr. Primeiro-Ministro garantir a alguém

que, nos próximos 35 anos, não há, por exemplo, uma O Orador: —… porque, como sabe, em matéria de recessão? E se houver essa recessão? Sr. Primeiro- despesa pública, os períodos de maior crescimento foram Ministro, isso significa que vai ter de parar alguma despesa períodos de governos do PSD. Mas, enfim, deixemos isso e, provavelmente, o País, com todas as consequências que de parte. essa paragem terá, porque os encargos que o senhor tem Aliás, como também sabe, a nossa estratégia é de «ater-para o futuro, como lhe digo, já são superiores àqueles que ragem» suave da economia portuguesa e já há, no 1.º tri-tem neste momento. Portanto, se tem de parar o País, quais mestre deste ano, uma redução de 47 milhões de contos no são as consequências? défice externo, uma redução significativa no défice exter-

Por isso o Sr. Primeiro-Ministro está a cair numa no, precisamente dando conta desta nossa preocupação. enorme contradição, que é esta: num país atrasado, com Agora, o tema que levanta é fundamentalmente o tema tantas carências como as que nós temos, não há possibili- das SCUT. dade de esperar! Façamos hoje, porque não podemos espe- rar para amanhã ou para outro ano,… A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Não é só!

O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): — Muito bem! O Orador: —É, fundamentalmente, o tema das SCUT! A Oradora: — … porque hoje é necessário antecipar

essa despesa, em nome, com certeza, das preocupações O Sr. António Capucho (PSD): — Antes fosse! sociais, suas e de toda a gente, esquecendo-se, Sr. Pri- meiro-Ministro, de que, quando precisar de fazer essa O Orador: —E eu, em relação a isso, quero respon-correcção, que, inevitavelmente, vai ter de fazer, e não der-lhe com total clareza: o que mede as responsabilidades nos pode garantir aqui que não tem de a fazer até ao ano do País em relação ao futuro é a dívida pública, e a dívida 2035, nesse momento os sacrificados não são os mais pública tem diminuído em percentagem do PIB de uma favorecidos, são sempre, mas sempre, os mais desfavore- forma significativa com este Governo. cidos. O senhor nem sequer vai conseguir garantir, se calhar, o pagamento de pensões ou o que vai fazer às O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Pudera! pessoas mais desfavorecidas.

A sua grande contradição é pensar neles hoje, esque- O Orador: —É isto que nos dá uma margem de ma-cendo-se, obviamente, de qual vai ser o futuro deles ama- nobra para podermos fazer operações desta natureza, que nhã. É o problema mais grave que o senhor enfrenta neste são fundamentais. Porque há uma coisa que o PSD tem de momento. esclarecer e a opção é muito simples: ou se faz assim, ou

não se faz! Aplausos do PSD. O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Isso não é ver-O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o dade!

Sr. Primeiro-Ministro. O Orador: —O PSD diz sempre que quer fazer com O Sr. Primeiro-Ministro: —Sr. Presidente, Sr.ª Depu- verbas do Orçamento do Estado, mas, para fazer com ver-

tada Manuela Ferreira Leite, em primeiro lugar, quero bas do Orçamento do Estado, ter-se-ia de aumentar o défi-dizer que o problema mais grave do País, em minha opi- ce e aumentar a dívida; no entanto, a nossa metodologia, nião, não é o desequilíbrio externo mas, sim, o atraso como, ainda por cima, é uma metodologia que permite estrutural. poupança de custos, permite, a prazo, um aumento da

dívida inferior àquele que o PSD iria fazer se quisesse Vozes do PS: —Muito bem! realizar. Só que o PSD nunca teve a coragem de dizer que a sua opção era pela não realização. O PSD nunca disse O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Julguei que fosse a que não faria o IP3 ou o IP6; o PSD nunca disse que não

Europa! faria as SCUT. O Orador: —E o atraso estrutural é uma questão deci- A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — O PSD nun-

siva. É em relação ao atraso estrutural que é necessário ca faz nada! encontrar respostas, porque senão nunca resolveremos o problema do desequilíbrio externo, como também não o O Orador: —Nunca disse que não faria! Nunca teve a resolvemos desde o século XVI. E esta é uma questão coragem de o assumir perante o eleitorado! fundamental que nos distingue e que distingue a nossa visão acerca da economia portuguesa. O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Qual cora-

Aliás, o PSD não tem, nesta matéria, grande margem gem!? de autoridade moral,…

O Orador: —Mas essa é a vossa política, ou seja, a de O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Para si, nem manter o atraso estrutural; a nossa é a de corrigir o atraso