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28 I SÉRIE — NÚMERO 89

qualquer problema. Sabe que, no tempo em que o PSD A Oradora: — Mas, Sr. Primeiro-Ministro, nós acei- era governo, o Primeiro-Ministro nunca vinha aqui falar

tamos o vosso desafio, e, por isso mesmo, estamos a discu- sobre assunto algum, a não ser quando era estritamente tir a Europa, não o futuro da Europa, porque o futuro da obrigado? Europa precisava de um outro tipo de debate, mas esta possibilidade de discutir a Europa. Porém, vou fazê-lo, no Protestos do PSD. pouco tempo de que disponho, trazendo aqui à colação a pseudo-reforma da política agrícola comum. Eu tenho vindo aqui falar dos temas mais difíceis e

Sr. Primeiro-Ministro, uma vez mais, a reforma da mais quentes da vida portuguesa, e entendi que hoje fazia PAC que está a apresentar é, como muitas outras reformas todo o sentido falar da Europa. apresentadas aqui, internamente, uma pseudo-reforma. E a Europa já reconheceu isso — reconheceu-o a Comissão, Vozes do PSD: —Não! reconheceram os parceiros comunitários, reconheceram todos e reconheceram aqui, em Portugal, os agricultores O Orador: —E fico espantadíssimo por uma pessoa portugueses. Já todos reconheceram que não querem essa como a Sr.ª Deputada entender que isso não faz sentido! reforma, e V. Ex.ª insiste que é uma reforma corajosa, é Agora, a sua censura, no sentido de dizer que estou proibi-uma reforma inovadora, é uma reforma com imensa capa- do de falar sobre a Europa em qualquer ponto, é uma coisa cidade, mas ninguém a quer! E sabe porquê? Porque, efec- espantosa. tivamente, essa pseudo-reforma é apenas algo para passar o tempo. Para si, foi uma forma de passar o tempo, e vou Vozes do PSD: —Não, não! dizer porquê. Porque V. Ex.ª tentou fazer magic, e magic para combater o quê? Os elementos do EUROSTAT! Os O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Tem é de vir elementos do EUROSTAT foram dolorosos e V. Ex.ª não aqui primeiro! teve oportunidade de dizer — é o fado, a sina deste Governo — que, uma vez mais, tinha estatísticas, elemen- O Orador: —Em primeiro lugar, fui convidado pela tos internacionais contra a sua posição! Universidade de Humbolt para fazer uma conferência não

Sabe, Sr. Primeiro-Ministro, o que há de grave em isto sobre o tema que hoje aqui referi mas sobre a Europa no tudo — deixando agora a agricultura e voltando à questão contexto da globalização. Aliás, lá, eu disse algumas das do futuro da Europa — é que é essa postura diletante, é coisas que aqui referi, mas, aqui, falei sobre a reforma da essa postura pouco honesta que acaba por criar nos cida- Europa propriamente dita. Ou seja, nem sequer tem razão dãos portugueses falta de confiança. na observação que faz.

Sr. Primeiro-Ministro, o tempo escasseia, no que me Mas, de facto, é espantoso que eu esteja agora a ser respeita, mas não posso deixar de referir o seguinte: penso censurado por si e que não possa dizer mais nada em parte que é fundamental para garantir a seriedade — não a sua, alguma acerca de qualquer assunto! não do seu Governo, mas de Portugal na Europa — que o Em matéria de agricultura, Sr.ª Deputada, não tem ne-Sr. Primeiro-Ministro não vá lá para fora, seja nas instân- nhuma razão. Nenhuma razão! Porque aquilo que o PSD cias internacionais seja onde for, dizer qual é a sua visão nunca teve a coragem foi para enfrentar a necessidade de de Portugal na Europa, a sua visão sobre o futuro da Euro- uma alteração radical na política da PAC. Aquilo que o pa, sem vir aqui, a este Parlamento, obter o consenso deste PSD nunca teve coragem foi para cortar com aquilo que Parlamento. são os lobbies instalados, profundamente instalados, na

defesa da actual PAC. E aquilo que nós fizemos foi dizer: Aplausos do PSD. «o rei vai nu»! Foi dizer por que é que esta política agríco- la comum é contrária ao interesse português de uma forma O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o trágica e contrária à esmagadora maioria dos agricultores

Sr. Primeiro-Ministro. portugueses e apontar uma alternativa séria, rigorosa e coerente, que está, aliás, na linha daquilo que tem vindo a O Sr. Primeiro-Ministro: —Sr. Presidente, dou de ser dito por muitos dos mais lúcidos críticos sobre a não

barato algumas palavras menos gentis, mas a gentileza da sustentabilidade do processo actual, tendo em conta os pessoa que as profere apaga o significado menos gentil das constrangimentos orçamentais, o alargamento e a Organi-mesmas. zação Mundial do Comércio. Se reflectir, verá que temos

razão. Risos. E, sobre esta matéria, aconselho o PSD a, antes de cri- ticar o Governo, preocupar-se minimamente em saber qual É de facto verdade que eu sou previsível, por uma ra- é o interesse efectivo dos agricultores portugueses.

zão simples: por coerência! O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — São todos con-A Sr.ª Maria Eduarda Azevedo (PSD): — Não, não!tra! O Orador: —As pessoas coerentes são previsíveis; as Vozes do CDS-PP: —Os que restam!

pessoas incoerentes tornam-se imprevisíveis. Eu não vim aqui esconder qualquer inabilidade ou O Orador: —É que custa-me muito ver o PSD defen-