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0859 | I Série - Número 017 | 25 de Outubro de 2003

 

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Uma visão sempre apocalíptica e visionária: antes do Bloco de Esquerda o deserto; sem o Bloco de Esquerda o dilúvio; com o Bloco de Esquerda - numa perspectiva meramente ficcionista - o paraíso!

Risos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Se o senhor o diz…!

O Orador: - Somados os exageros de sinal contrário, o resultado é infinitesimamente pequeno, senão mesmo nulo. De exagero em exagero até à anulação por excesso.

Risos do PSD e do CDS-PP.

Como o peixe que morre pela boca, a exageração morre por apoplexia e pela inflação métrica contida no exagero.
O exagero do Bloco de Esquerda faz do pregão e do slogan uma regra, da solução fácil uma banalização, da por ele considerada incapacidade dos outros uma sentença transitada em julgado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Bloco de Esquerda precisa sempre de sinais exteriores, e esta interpelação, legítima e democrática, é certamente um deles.
Há quem, como o Bloco de Esquerda, insista na ilusão de que é inesgotável a capacidade de redistribuir o que não se produz como riqueza. Pensam sem limites. Fica-lhes bem o sonho, mas também lhes ficaria bem o sentido da realidade. A aritmética do progresso é-lhes indiferente. Têm soluções para tudo mesmo que não haja recursos para os seus sonhos - um fenómeno!

Risos do PSD e do CDS-PP.

Em vez da "meritocracia", defendem a "mediocracia"; em vez de uma real igualdade de escolhas, preconizam um regressivo igualitarismo de fachada. Acham que o estímulo deve existir para se ser mais igual e não para se ser melhor, correndo o risco de o pior passar a ser o normal.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr.as e Srs. Deputados, sabemos que os tempos não são fáceis, sabemos que as crises podem gerar mais desequilíbrios sociais. Temos consciência de que a evolução demográfica - essa realidade geracional absolutamente essencial e, às vezes, tão secundarizada - é um factor fortemente influente no futuro dos sistemas de protecção social, levando ao binómio, cada vez mais premente, de custos certos/benefícios incertos. Mas sabemos, também, que a medida mais rigorosa de progresso humano e social é função do modo como se defendem os mais pobres, os últimos, os mais frágeis.
A justiça social - não me canso de dizer - não é monopólio de nenhuma ideologia nem de nenhum espectro partidário.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Não se realiza através de proclamações românticas nem se concretiza, milagrosamente, pela leitura de manuais (alguns bolorentos) ou, mesmo, por vanguardismos que só criam ilusões aos distraídos ou aos incautos.
A atitude do Governo é serena e cuidada. Não caímos no catastrofismo autista nem no social imobilismo; não fazemos do médio e longo prazos um diluente ou um anestesiante político. Olhamos para o futuro numa perspectiva solidária e não egoísta, que atenda aos mais necessitados, e queremos, sinceramente, contribuir para a construção da esperança das crianças e dos jovens de hoje em Portugal e de melhores condições de vida para os mais pobres e para os que já terminaram a sua vida de trabalho.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.