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0875 | I Série - Número 017 | 25 de Outubro de 2003

 

o voto contra da maioria, mas, curiosamente, com uma conferência de imprensa dada em antevéspera pelo CDS-PP, com um voto de congratulação apresentado posteriormente nesta Casa, face a uma promessa do Governo de V. Ex.ª, que foi a devolução de 30 alvarás a Misericórdias que já os tinham tido no passado. Isto foi anunciado com pompa e circunstância e em grande parte justificou o voto contra por parte do CDS-PP em relação à proposta do Partido Socialista. Sr. Ministro, foi em Julho! Já lá vai mais de um ano! Portanto, V. Ex.ª terá de nos dizer onde estão. E, nas suas palavras - sem palavras, com números! -, sabe quais são os números? Zero! V. Ex.ª poderá arranjar milhentas justificações a entraves atenuantes, mas o número é só um: zero! E daqui se vê, nesta questão - mas, infelizmente, também em muitas outras, inclusivamente já focadas hoje nesta Casa -, que o Governo e o Ministério de V. Ex.ª não são de trabalho, de convicção, mas de blá, blá, blá, blá, blá, blá (como foi na intervenção de V. Ex.ª) e de verbo fácil, como foi o caso de, para reagir a uma iniciativa, lançar, enfim, "poeira para os olhos" de quem nos ouve.
V. Ex.ª, mais uma vez, nega, ou é negado por esta evidência, que não é uma questão de política exigente, nos termos de V. Ex.ª, mas uma questão de popularidade fácil, nos termos de V. Ex.ª. O Sr. Ministro está mesmo um seguidor fundamentalista da velha máxima "ouçam o que eu digo, não olhem para o que eu faço"! Ou numa outra versão, num estilo mais manso, "fala bem o Bagão, fazer é que não!".

Risos do PCP.

Sr. Ministro, acontece que cada vez são menos aqueles que o ouvem e cada vez são mais aqueles que, de forma indignada, olham para o que V. Ex.ª faz!

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Segurança Social e do Trabalho.

O Sr. Ministro da Segurança Social e do Trabalho: - Sr.ª Presidente, começo por responder ao Sr. Deputado Afonso Candal, para deixar a última resposta para o partido interpelante, através do Sr. Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Deputado Afonso Candal começou por falar numa união de facto. Sabe que, comigo, é uma união de convicção. Às vezes essa convicção não existe nas uniões de facto, mas, comigo, é uma união de convicção.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Deputado Afonso Candal, em relação à questão que colocou sobre as farmácias sociais, é o Sr. Secretário de Estado da Saúde que vai responder, e até o aconselho a ver melhor o organograma do Governo, para perceber que, estando aqui o Sr. Secretário de Estado, essa resposta deve ser dada por ele.

O Sr. Afonso Candal (PS): - Sr. Ministro, o Governo é transversal!

O Orador: - Quanto ao "verbo fácil" e ao "blá, blá, blá", penso que estamos tratados.
Devo também recordar que, quanto às Misericórdias (nessa altura, não direi que o senhor andava de calções, porque não sei se usava), há 23 anos, era eu Secretário de Estado da Segurança Social, eu e o Dr. Morais Leitão, então Ministro dos Assuntos Sociais, desnacionalizámos as Misericórdias, a que os senhores agora, tão romanticamente, se juntam…

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - … em nome de oportunismo e não das convicções que nós tivemos há 23 anos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Permita-me que termine também com uma graça: "O Candal diz sempre que não, porque não percebe o Bagão!".

Risos.