56 | I Série - Número: 081 | 9 de Maio de 2008
É evidente, os trabalhadores não aceitam as vossas recomendações. Vocês são os césares, são uma forma de cesarismo iluminado e, portanto, coitados dos trabalhadores se não entenderem as vossas «boas» razões!… Quanto a essas bancadas, estamos entendidos. Eu não sei qual é a vanguarda, mas é uma questão de disputarem mutuamente qual é a vanguarda. Ao PS tanto dá. Nós não temos medo dos trabalhadores, não temos medo dos representantes legitimamente eleitos dos trabalhadores na discussão que os envolve, estamos tranquilos. Eles decidirão, eles sabem decidir. Seguramente que vocês irão ter algumas surpresas desagradáveis!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — À direita é a eterna dificuldade.
O CDS acusa-nos de imobilismo. Coitadas das empresas, coitado do capital,…
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Coitados de nós todos!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — … não fazemos o que deveríamos fazer. Portanto, coitaditos… Uma desgraça. Uma visão contraditória com as bancadas à esquerda, que dizem que nós queremos esmagar os trabalhadores, arruinar tudo, fragilizar, acontecer, retroceder… Bem, uma coisa, de facto, dantesca, do século XIX, como disse o Sr. Deputado Francisco Lopes. O Sr. Deputado é, no fundo, está no século XIX; em bom rigor, está ainda antes da Primeira Internacional.
Risos do PS.
Portanto, entendam-se. Não sei quem é que tem razão: se é o CDS, se é o PCP. Seguramente, nenhum deles tem razão!
Risos do CDS-PP.
Quanto ao PSD, é, de facto, notável. Deixa um Código «magnífico» e, depois, vem aqui dizer «bom, mas a precariedade aumenta…».
Ó Sr. Deputado Hugo Velosa, então por que é que não combateram, com as medidas legais, a precariedade? Os senhores não puderam fazê-lo? Podiam. Só que não o fizeram.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Os senhores estão no Governo há mais de três anos!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Tem de ser este Governo a fazê-lo.
Portanto, acho espantoso que o senhor venha aqui «chorar»…
Protestos do PSD.
Desculpe lá, mas é neste quadro legal existente que assistimos, de facto, à precariedade, que nós queremos combater.
Protestos do PSD.
Portanto, quando o Sr. Primeiro-Ministro disse, e bem, que esta é uma proposta progressista, é, de facto, uma proposta progressista, porque da adaptabilidade pode, e deve, resultar mais empregabilidade, melhores empresas, empresas mais capazes, e isso é fundamental para o emprego e para os trabalhadores.
No que toca à questão do combate à precariedade, há a conjugação de vários processos para combater a precariedade, desde logo a inversão do ónus da prova no que toca aos recibos verdes, ou seja, o primeiro combate é pôr em causa os falsos recibos verdes, obrigando a entidade patronal a fazer a prova de que aquilo