31 | I Série - Número: 044 | 12 de Fevereiro de 2009
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, acredite que não é pelo facto de gritar que passa a ter razão!
Protestos do CDS-PP.
E a gritaria não reforça os argumentos.
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Olha quem fala!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Também reparei, Sr. Deputado, que não respondeu à pergunta que lhe fiz: o que é que o CDS faria? Ou, melhor, posso deduzir que o CDS não faria nada.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Mudava o supervisor!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado não interviria no BPN nem faria nada mais, mudava o supervisor! Ó Sr. Deputado, não podemos basear a nossa linha política nos nossos ódios de estimação. Sr. Deputado, isso não é ter posição de Estado! O facto de o Sr. Deputado ter um ódio de estimação relativamente ao Dr. Vítor Constàncio»
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não, não!
O Sr. Primeiro-Ministro: — » não transforma isso numa linha política para estabilizar o nosso sistema financeiro. Além disso, o Sr. Deputado fez acusações graves que quero repudiar e rejeitar.
O Sr. Deputado diz que o supervisor sabia e nada fez, que foi conivente. Isso não é verdade! E não tenho nenhuma razão para não levar a sçrio tudo aquilo que tem sido dito pelo Governador do Banco de Portugal,»
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — É uma vergonha o que ele tem dito!
O Sr. Primeiro-Ministro: — » como uma actuação que procurou ser diligente e conforme á lei.
O que lhe digo, Sr. Deputado, é que o senhor, como qualquer demagogo, limita-se a gritar muito para que as televisões o filmem dizendo «que a lei lhes caia em cima»!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Com certeza!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, com isso estamos todos de acordo, mas acha que isso era a solução para o BPN? É que a lei vai cair-lhes em cima! Ou o Sr. Deputado acha que é pelo facto de gritar «que a lei lhes caia em cima» que agora é que os procuradores, a Polícia Judiciária e os juízes actuarão? Quer dizer, quando o Sr. Deputado Paulo Portas se levanta, a justiça age, porque, se o Sr. Deputado não dissesse isso, a justiça não agiria! Sr. Deputado, esse é um discurso que utiliza a demagogia para tentar agradar e ganhar uns votos.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — E o Sr. Primeiro-Ministro o que é que faz?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas a demagogia vai tão longe que o Sr. Deputado traz ao debate no Parlamento uma decisão do tribunal, uma decisão judicial. O Sr. Deputado sabe que a decisão do tribunal é a