4 DE JANEIRO DE 2012
15
O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — Uma maioria insensível ao que milhões e milhões de portugueses estão
viver por causa do desemprego, por causa das falências, por causa da pobreza, por causa do
empobrecimento. São também responsáveis por essa insensibilidade.
É um Governo incapaz de resolver os problemas do País e dos portugueses.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — A próxima declaração política é do PSD.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Rodrigues.
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Sr.ª Presidente da Assembleia da República, Sr.as
e Srs. Deputados:
Em primeiro lugar, uma pequena nota apenas para desejar um bom ano parlamentar para todos nós, neste
início de sessões parlamentares, com o desejo de que, com o nosso contributo, o País possa progredir.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O início do ano marca um novo ciclo para a vida política
portuguesa. O ano de 2013 tem de ser o ano da reafirmação de Portugal na Europa e no espaço da
credibilidade e da seriedade.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está mesmo a ver-se!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — É o ano em que Portugal pretende regressar aos mercados cumprindo
o prazo com que se comprometeu. Significa tal que podemos readquirir, assim, a nossa soberania financeira e
que deixaremos de pedir mais dinheiro emprestado.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Então não?! Está mesmo a ver-se!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — O Governo tem reafirmado que não pretende pedir um segundo
resgate. O PSD apoia-o nesse propósito.
Contra os profetas da desgraça dos que teimam em comparar-nos com os piores, reafirmamos o nosso
objetivo de apenas comparar-nos com os melhores. Queremos ser comparados com os que sabem cumprir os
seus compromissos. Queremos comparar-nos com os que sabem reformar e não apenas falar.
A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Registamos o aumento sistemático das nossas exportações,
colocando a nossa balança comercial num equilíbrio sem precedentes em democracia.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É o reequilíbrio da fome!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Registamos a descida das taxas de juro nas operações a curto, a
médio e a longo prazos. Ainda ontem, a taxa de juro das obrigações a cinco anos desceram abaixo dos 5% e a
10 anos fixou-se em 6,72%, valores abaixo de metade do que se encontravam há um ano, no melhor
desempenho dos últimos 24 meses.
Registamos, ainda, a sistemática descida da despesa pública em mais de 14 000 milhões de euros, apenas
num ano e meio.
Estamos aqui hoje para reafirmar o nosso apoio ao Governo, que cumpre a sua missão e o objetivo de
restituir ao País a estabilidade, a credibilidade e a confiança dos agentes, interna e externamente.
A solução futura do País passa por este Governo e por esta maioria.
Os anseios de alguns não escondem as suas indefinições, carecem de medir a sua responsabilidade,
ilustram a sua insensatez.
Qualquer opção de Governo próximo passa pela opção europeia, e não pela negação europeia. Os cantos
de cisne do facilitismo estão definitivamente enterrados. As afirmações demagógicas da «esquerda caviar» ou
do apelo nacionalista falacioso de unidade de esquerda colidem com o projeto europeu.