4 DE JANEIRO DE 2012
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O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Não queremos pedir mais. Queremos que se orgulhem de nós: as
gerações do futuro porque lhes demos futuro; as gerações atuais porque lhes vamos garantir presente.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está visto!
A Sr.ª Presidente: — A Mesa registou inscrições, para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado António
Rodrigues, dos Srs. Deputados Heloísa Apolónia, João Oliveira, Cecília Honório, António Braga e Adolfo
Mesquita Nunes.
O Sr. Deputado António Rodrigues pretende responder primeiro, em conjunto, a três Srs. Deputados e
depois, conjuntamente, aos outros dois Srs. Deputados inscritos.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Rodrigues, o Sr. Presidente
da República, há uns tempos, disse que os portugueses não aguentavam mais austeridade. Lembra-se? Não
sei como é que o Sr. Deputado reagiu a essas declarações do Sr. Presidente da República, mas os
portugueses, na sua boa-fé, talvez tenham pensado que tinham um Presidente da República que iria,
eventualmente, dar uma mão para que essa austeridade não continuasse com esta brutalidade. Mas não, Sr.
Deputado! Temos um Governo que aumentou enormemente os níveis de austeridade e temos um Presidente
da República que, apesar daquilo que afirmou, veio dar uma mão a uma maior austeridade, designadamente
com a promulgação deste Orçamento do Estado. Agora, pode tomar todas as outras medidas que entender,
Sr. Deputado, mas o Orçamento está promulgado, o Orçamento está em vigor, os portugueses vão sofrer as
consequências diretas deste Orçamento para o ano de 2013. Gostava de saber como é que reage a estas
incongruências. Dizem-nos umas coisas e, ao fim de uns tempos, fazem exatamente o oposto.
«Regras de ouro» na Constituição, Sr. Deputado? Estruturalmente, o Sr. Deputado quer fazer com que o
País, ditado na Constituição, em determinadas fases da sua vida, não possa dar saltos de desenvolvimento?
Sr. Deputado, o País não se gere como numa casa — o senhor sabe isso. O Sr. Deputado sabe que há
alturas da História em que é preciso fazer investimento agora para se colher fruto a médio e a longo prazos. E
é esse o vosso grande erro, porque é isso que devíamos estar a fazer neste momento.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não há dinheiro!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Neste momento, precisávamos de investimento para fazer saltar a
economia. Para quê? Para gerar riqueza. Os Srs. Deputados não podem falar de despesa como se, cada vez
que se fala nela, estivéssemos a falar de um monstro. Não! Porque há despesa que é devida e tem de existir e
há despesa que é indevida e essa é para pôr de lado. Sabemos que houve muita despesa indevida que levou
a escândalos como o dos submarinos, o do BPN, e por aí fora. O que nós pagámos — rores de dinheiro —
pelo BPN, o que nós pagamos — rores de dinheiro — a um sistema financeiro…
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … e o que nós tiramos — rores de dinheiro — ao bolso dos
portugueses!! Isto é, de facto, absolutamente insustentável, Sr. Deputado.
O Presidente da República está do vosso lado, está contra os portugueses!
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.