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4 DE JANEIRO DE 2012

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Como referi na minha intervenção, nós estamos a construir um País para estas gerações e também para as

futuras gerações,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Vocês estão a destruir o País!

O Sr. António Rodrigues (PSD): — … enquanto outros andaram a destruir o País para todas as gerações,

quer para as de hoje, quer para as de ontem, quer futuramente para as de amanhã.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Braga.

O Sr. António Braga (PS): — Sr.ª Presidente, o Sr. Deputado António Rodrigues quis fazer aqui hoje um

exercício — falhado, aliás — de tentar vertebrar uma política do Governo que ninguém vislumbra.

Tentou vertebrar uma política para a Europa, que ninguém conhece, e tentou fundamentar uma política de

austeridade sobre austeridade, cujos resultados são, aliás, bem conhecidos.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. António Braga (PS): — Por isso, quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que a sua intervenção parece não

ser dirigida a este País. Repare, se o senhor quer falar em estatísticas, pode ir buscar o exemplo da Grécia. A

Grécia foi o País em que, no ano de 2012, os juros mais desceram. E o que é que isso resolveu? Qual foi a

solução que conhecemos que tenha tirado a Grécia da situação difícil em que se encontra?

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Isso é falso!

O Sr. António Braga (PS): — O Sr. Deputado, quando elabora uma tentativa de fundamentação de uma

política do Governo, deve ter em conta a realidade, mas o grande problema do Governo e do Sr. Deputado é

que estão distantes da realidade. Aliás, esse é o problema essencial do Ministro das Finanças deste Governo,

cujas equações funcionam todas muito bem do ponto de vista teórico, mas não encaixam com a realidade.

Repare que não é por acaso que, em 2012, todos os índices falharam e todos os cenários

macroeconómicos que o Governo criou morreram antes sequer de chegarmos a conhecer um mínimo de

adesão desses cenários à realidade. Veja mesmo que, para além da revisão, os sucessivos cenários, falharam

mesmo no último instante.

Sr. Deputado, veja na sua bancada e veja nas fileiras do seu partido — e já nem falo, como os senhores,

dos suspeitos do costume, que são a esquerda parlamentar — dirigentes conhecidos e reconhecidos, por

experiência e também algum conhecimento da matéria, que vieram apelidar com adjetivos muito bombásticos

as medidas que constam deste Orçamento do Estado.

Isto para dizer, Sr. Deputado, que não basta fazer um exercício teórico de afirmação de algumas

banalidades (desculpe a expressão) como aquelas com que nos veio brindar aqui hoje. E, Sr. Deputado, que

política europeia? Zero é o que este Governo pratica! Veja bem, aliás, que o Ministro dos Negócios

Estrangeiros nem sequer participa – coisa inédita! —, em nenhum momento, na definição dessa política, que é

a política externa também no seio da União Europeia.

Na questão da política orçamental propriamente dita, o Sr. Deputado será o primeiro a reconhecer que o

que o Sr. Presidente da República veio dizer sobre a espiral recessiva é apenas o clamor de todos quantos

têm opinião nesta matéria.

Por isso, a pergunta que lhe deixo é esta: acredita mesmo no que nos disse?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Adolfo Mesquita Nunes.