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I SÉRIE — NÚMERO 36

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também vai onerar os agricultores e os pescadores portugueses. Este é o primeiro registo que deixamos sobre

aquilo que marcou este ano.

Mas, falando do PRODER e do PROMAR, Sr. Deputado, este Governo beneficiou de uma margem de

manobra que não utilizou, que desperdiçou. Não beneficiou, em primeiro lugar, do facto de ter aumentado, de

75% para 85%, a taxa de contrapartida europeia no PRODER e o que fez não foi acelerar a execução do

PRODER e do PROMAR, foi retirar 300 milhões de euros ao PRODER.

Depois, a seguir, como não ficou satisfeito, tinha 150 milhões de euros do PRODER para executar este

ano, mas nem vai executar 100 milhões, isto é, fica o remanescente, mais de 50 milhões de euros, por

executar. O que é que isto significa? Significa que o Governo tinha uma previsão de execução que não

cumpriu.

Em terceiro lugar, o que é que o Governo fez a esses 50 milhões de euros? Em vez de pagar algumas

dívidas que vinham do passado, quer relativas à sanidade animal, quer relativas à sanidade vegetal, deixou

um ano por pagar da sanidade animal aos produtores e não pagou absolutamente nada do que está em dívida

aos produtores florestais, em matéria de nemátodo do pinheiro.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Freitas (PS): — Sr. Deputado Abel Baptista, queria colocar-lhe uma questão, até porque

estranhei que, na sua declaração política, não tivesse feito qualquer alusão àquela que será a prova dos nove

deste Governo, que é a reforma da PAC que aí vem.

O que gostava de saber, Sr. Deputado, é o que é para si um bom resultado, no âmbito da negociação que

se está a fazer, neste momento, da reforma da PAC. É ter mais dinheiro ou manter a verba que temos?! É ter

medidas específicas para o setor do leite ou não?! Ainda hoje se está a realizar, no Norte, uma reunião de

produtores de leite, que têm vindo a alertar para as dificuldades que estão a viver.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Freitas (PS): — Gostava de saber, Sr. Deputado, da sua parte, o que será uma boa

negociação para a reforma da política agrícola comum.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Miguel Freitas, uma saudação especial

também para si.

Quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que fico muito satisfeito por verificar que o tema da agricultura é, agora, um

tema muito caro para o Partido Socialista.

O Sr. António Braga (PS): — Agora?!

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — É que não foi assim durante muito tempo!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — A importância que o Governo anterior lhe deu não foi essa. Por

exemplo, em apenas dois anos, a taxa de execução do PRODER foi só de 3%.

Mas, Sr. Deputado Miguel Freitas, noto ainda uma outra diferença: o Sr. Deputado não disse nada

relativamente às pescas. E, por exemplo, para pegar na sua última questão, relativa às negociações da PAC,

a seu tempo lá iremos. É que, normalmente, como se diz muito no mundo rural, «o tiro vai sair-lhe pela

culatra». Muita da negociação que está a ser feita na PAC é em sentido favorável, coisa que não sucedia com

os Governos do Partido Socialista. Por exemplo, as quotas de pesca, que o Sr. Deputado não referiu aqui e

sobre as quais até fez, há tempos, neste Plenário, uma intervenção, dizendo que as negociações das quotas

de pesca iam ser uma desgraça, aumentaram significativamente. Portanto, o que disse foi um erro!