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I SÉRIE — NÚMERO 36

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não têm qualquer fundamento factual. Pior era impossível e, portanto, nesse aspeto, partamos do debate da

realidade e daquilo que está a acontecer.

A taxa de aprovação aumentou, as taxas de execução também aumentaram, há instrumentos de crédito,

tudo isso é importante do ponto de vista da dinamização da economia, mas a questão não deixa de ser, tal

como ainda há poucos dias aqui referi a propósito da questão das quotas de pescas e da reforma da política

comum de pescas, a reforma da PAC.

A reforma da PAC é uma «tesoura» com dois problemas: um é o desenho da própria política agrícola e o

outro é a diminuição das perspetivas financeiras. E, tal como o PSD, na semana passada, aqui vinha dizendo

que, paulatinamente, se estavam a conseguir melhores condições de negociação, não sendo preciso andar

com um megafone na mão para alterar a política comum de pescas a contento de Portugal, pergunto-lhe, Sr.

Deputado Abel Baptista, em relação à PAC, quais são as condições que temos para manter as taxas de

execução dos fundos europeus nos futuros pilares que a política agrícola comum venha a ter, se as

perspetivas financeiras forem guilhotinadas. Quais são as condições?

Portanto, muito bem, há uma execução muito razoável do PRODER, nas circunstâncias em que estamos a

fazer atualmente uma utilização de fundos comunitários, mas a pergunta mantém-se — é estrutural, é de

fundo, vai acompanhar-nos até 2020: quais são as perspetivas financeiras e que garantias tem esta maioria?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Fazenda, os setores deste País que

melhor conheço são o agroflorestal e o das pescas.

Neste momento, milhares de trabalhadores, nomeadamente pescadores, estão a trabalhar, estão a

produzir, a criar riqueza, que, em termos de exportações, representa mais de 12% das exportações nacionais.

Lamento, pois, que o Sr. Deputado tenha iniciado a sua intervenção praticamente desvalorizando «essa coisa»

da agricultura e das pescas.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não, não!

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Referiu que «está a correr tudo muito mal ao Governo e o CDS e o PSD

entretêm-se aqui a falar de coisas de agricultura e pescas». Enfim, o PS também desvalorizou essa questão.

O problema, caro Sr. Deputado Luís Fazenda, é que a agricultura é um importante setor para o

desenvolvimento do País, não só por razões económicas mas também por razões de planeamento do

território, por razões de ocupação do território, por razões ambientais, por razões ecológicas e até por razões

turísticas, e a agricultura não tem de ser tratada mais ou menos como uma qualquer coisinha.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Veja lá se já fizeram uma intervenção sobre a indústria! Nada!

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr. Deputado Luís Fazenda, relativamente à indústria, como sabe, toda

a indústria do papel, de transformação das madeiras, de mobiliário depende do setor primário a que está

ligada e submetida, portanto não vá por aí porque vai mal. Fica-lhe mal, Sr. Deputado, até porque pertence a

um partido que quer ter uma responsabilidade maior no âmbito da política portuguesa e quer ser mais

interclassista, excluir uma boa parte da população, que é a que trabalha no sector primário, seja na agricultura,

seja na pesca. Isso fica-lhe mal.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!