I SÉRIE — NÚMERO 36
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Preconizamos também um maior controlo e fiscalização das chamadas «smartshops», de forma a impedir
que estes estabelecimentos possam continuar a disponibilizar ao público produtos e substâncias que
provocam sérios riscos para a saúde e vida humanas.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Finalmente, conscientes de que a informação e o
esclarecimento são fundamentais para prevenir e combater o consumo destas novas drogas, defendemos a
realização de campanhas de sensibilização da população em geral e, sobretudo, na população mais jovem,
para os perigos gravíssimos decorrentes do consumo de tais substâncias.
Sr.as
e Srs. Deputados, o nosso compromisso é para com a juventude portuguesa.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Sérgio Sousa
Pinto.
O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O projeto de resolução
apresentado pelo Grupo Parlamentar do PSD, recomendando a aprovação de um quadro legal que permita
combater eficazmente o comércio das chamadas «drogas lícitas», é oportuno e urgente.
É preciso agir depressa e decisivamente contra este comércio. Cada dia que passa sem que as
autoridades disponham de instrumentos legais adequados para agir agiganta-se o risco para a saúde pública,
que o consumo destas substâncias constitui.
Não estamos aqui a tratar de substâncias recreativas, amplamente estudadas e cujos efeitos sejam
conhecidos. Estamos a falar de substâncias psicoativas perigosas, muitas vezes desconhecidas na sua
composição, desenhadas para fintar a lei, deixando atrás de si um rasto de graves sequelas, quando não
mesmo de morte. Trata-se de interditar um comércio sórdido, em favor do qual não é possível mobilizar os
princípios liberais que noutros domínios salvaguardam as liberdades individuais.
Verificamos que o PSD atendeu a propostas do PS feitas em sede de comissão parlamentar, sobre os
mecanismos concretos a implementar para impedir este tráfico.
Somos favoráveis à suspensão provisória da comercialização de substâncias psicoativas, não
especificamente previstas no Decreto-Lei n.º 15/1993, quando se suspeite poderem as mesmas ser
disponibilizadas para consumo humano e representarem risco para a vida humana e para a saúde pública. Tal
suspensão provisória deve ser determinada por decisão urgente do membro do Governo competente.
Apoiamos as medidas complementares previstas na resolução e instamos o Governo a ponderar quaisquer
outras que se afigurem necessárias à prossecução dos objetivos das políticas públicas de proteção da saúde.
O Grupo Parlamentar do PS declara-se disponível para prestar a sua colaboração ao Governo na
elaboração do quadro normativo que possa prevenir e combater eficazmente este comércio, antes que se
converta num flagelo social descontrolado e de grandes proporções.
Aplausos do PS, do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Semedo.
O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: As minhas primeiras palavras são
para me referir a um facto político que acho relevante nesta discussão, o de o PSD apresentar um projeto de
resolução sobre esta matéria e o Governo, há menos de duas semanas, ter anunciado ir apresentar um pacote
de medidas legislativas sobre este mesmo problema que é indiscutivelmente grave e preocupante. Se esta
iniciativa fosse do Bloco de Esquerda ou de qualquer outro partido da oposição, o mínimo que nos chamariam
era oportunistas.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Muito bem!