7 DE FEVEREIRO DE 2013
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O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — E esta votação a favor violenta resulta da incongruência de termos um
discurso sério, um discurso que manifesta entendimento sobre aquilo que é fundamental para o País, mas
depois é sempre mais eloquente quem quer fazer discursos para «aquecer» a bancada, esquecendo aquilo
que é principal e fundamental para o futuro de Portugal.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Srs. Deputados, austeridade? Quem assinou o Memorando de
Entendimento foi o Partido Socialista! Responsabilidade? Esteve no principal partido da oposição, que estando
na oposição, e em véspera de eleições, sendo mais fácil dizer que não tinha nada que ver com o assunto,
subscreveu o Memorando do Entendimento porque pôs os interesses do País acima dos seus próprios
interesses! Responsabilidade, Srs. Deputados, é ter uma posição em que sabemos distinguir aquilo que pode
ser popular no momento, aquilo que pode de imediato ter votos dentro do próprio partido e aquilo que é
verdadeiramente fundamental para o País, neste caso não só para o presente, mas, sobretudo, para as
gerações futuras.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Este
debate sugere-me recordar três ou quatro questões importantes.
Naturalmente que o PSD, com esta intervenção do Sr. Deputado Duarte Pacheco, mostra que é pobre e
mal-agradecido para com o Partido Socialista, que está disponível para votar as suas propostas. E, sobretudo,
é pobre e mal-agradecido porque não percebe que o PS tem necessidade de fazer estes números retóricos
para fazer esquecer o essencial.
Recordamo-nos bem que, quando aqui discutimos o tratado orçamental, o PS jurava a pés juntos que era
contra o tratado orçamental porque lhe queria introduzir uma adenda. Adenda essa que nunca foi incluída no
tratado orçamental, mas que nunca impediu o Partido Socialista de votar esse mesmo tratado.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — E assim «foi ao ar» a adenda para o crescimento. Agora, o Partido
Socialista, ao votar favoravelmente uma lei de enquadramento orçamental que dá voz nacional, que enquadra
na legislação nacional tudo aquilo que é o pacto orçamental, que é um instrumento orçamental posto ao
serviço das políticas da troica, naturalmente que temos de assistir a este discurso para disfarçar e fazer
esquecer o essencial.
Só há uma coisa que o Partido Socialista não consegue fazer esquecer: é que, perante questões
essenciais, de facto, parece uma adenda, mas é uma adenda da maioria parlamentar.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e das Finanças.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Assistimos hoje a
um debate que eu considero verdadeiramente importante.
Gostaria de evitar algumas confusões que, em meu entender, vitimaram as bancadas do Bloco de
Esquerda e do Partido Comunista.
Protestos do PCP e do BE.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Não vitimaram! Não há vítimas aqui!