I SÉRIE — NÚMERO 53
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Aplausos do PSD, do CDS-PP e do Deputado do PS Basílio Horta.
O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Deputado Miguel Coelho facultará a informação que entender e,
se pretende usar da palavra…
O Sr. Miguel Coelho (PS): — Sr. Presidente, como o Sr. Deputado António Prôa usou a figura da
interpelação, só usando a mesma figura.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Peço-lhe que seja muito breve, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Coelho (PS): — Muito obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Deputado António Prôa, como é que não quer que haja alarme social se as pessoas estão a receber
estas cartas? É verdade! É que isso provoca alarme social.
Protestos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, também não está a fazer uma interpelação à Mesa.
Peço que terminemos aqui este incidente. O Sr. Deputado, depois, terá a possibilidade de usar da palavra.
O Sr. Miguel Coelho (PS): — Sr. Presidente, facultarei à Mesa toda a documentação que tenho, se
necessário, mas há uma coisa que também quero dizer, em jeito de interpelação: é que a primeira interpelação
também não foi uma interpelação, Sr. Presidente, mas uma pergunta direta que me foi dirigida.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, também tive a oportunidade de dizer isso.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Miguel Coelho, em primeiro lugar, quero saudá-
lo pela sua intervenção e pelo tema que trouxe a este Plenário.
Quero também, Sr. Deputado, congratular-me com a sua conclusão de que esta lei tem de ser revogada.
Congratulo-me com essa opinião porque penso também que é necessário alargar na sociedade portuguesa,
cada vez mais, o sentimento e a decisão de que esta lei só tem um destino, o da revogação,…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — …e quantos mais formos a defender isso, melhor, Sr. Deputado!
Sr. Deputado, permita-me algumas observações sobre esta lei, começando pelas cláusulas de
salvaguarda, porque o Sr. António Prôa falou aqui em «mãos cheias de nada». É que também há as outras
mãos, «as mãos cheias de coisa nenhuma», que, no fundo, foi aquilo que a Sr.ª Ministra ontem trouxe, em
sede de Comissão.
Cláusulas de salvaguarda, Srs. Deputados? As cláusulas de salvaguarda são cinco anos para a população
mais idosa deste País, e só quero dizer que se os idosos não são despejados aos 75 anos, são-no aos 80
anos e se não forem aos 80, serão aos 85.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Exatamente!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Cláusulas de salvaguarda para quem não tem hipótese de pagar a renda de
casa? É um deferimento da segurança social de cinco meses! Ao fim desse tempo, acabaram-se as cláusulas
de salvaguarda.