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I SÉRIE — NÚMERO 74

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A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder

Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Ana Drago, gostaria, cumprindo a praxe

parlamentar, de lhe dar os parabéns pelo tema que aqui traz, mas, tendo em conta a linguagem que utilizou,

que não me surpreende, aliás, dentro da lógica da política de urubu que o Bloco de Esquerda utiliza para estas

matérias, não posso concordar com a utilização de expressões como «dolo», nem com as acusações de não

cumprimento dos preceitos legais.

Sr.ª Deputada, nesta bancada não há a ideia de que tudo o que é privado é mau e tudo o que é público é

bom, nem há a ideia de que os empresários portugueses são um bando de malfeitores. Não são! Nem os

trabalhadores são um bando de malfeitores, nem os empresários são um bando de malfeitores — não faço

esse tipo de análise.

Portanto, a Sr.ª Deputada perdeu uma boa oportunidade para se juntar, por exemplo, à bancada do CDS,

que, desde julho de 2012, faz perguntas sobre os Estaleiros Navais do Mondego, e assim perceber que nós

acompanhamos e estamos preocupados com esse procedimento.

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

A avaliação que devíamos fazer aqui era a de saber se os mecanismos que o Estado utilizou para garantir

o interesse público foram ou não todos eficazes.

A Sr.ª Deputada leu — e leu bem — a resolução do Conselho de Ministros. Discorda dela? Acha que devia

ter havido mais cuidado, que a essa resolução devia ser mais densa e ter mais defesas, ou não? E esta

entrega foi ou não feita por concurso? Dirá a Sr.ª Deputada: mas a empresa constituiu-se um mês antes, um

dia antes, umas horas antes… E eu pergunto: atropelou algum preceito legal? É ou não normal que empresas

possam agregar-se, possam juntar esforços para ganharem dimensão e capacidade para concorrerem ou

preencherem os preceitos de um concurso? Acho perfeitamente normal! Dir-me-á a Sr.ª Deputada: mas havia

suspeitas.

De facto, há aspetos com os quais concordo com V. Ex.ª, porque penso que temos de ser rigorosos, temos

de estar atentos, temos de continuar a perceber se o Estado cumpre ou não o seu papel. Mas pergunto: onde

é que o Estado falhou? Quem falha aqui é a empresa, e como a empresa falha temos hoje um problema em

cima da mesa, que é preciso resolver. E temos duas soluções: ou se faz um novo concurso e, porventura, se

tem mais cuidado e mais rigor na análise, ou se dá à empresa a oportunidade de cumprir com as suas

obrigações. E se a empresa cumprir com as suas obrigações qual é o drama? Se a empresa cumprir os seus

compromissos com os trabalhadores, com o Estado e com a perspetiva dos Estaleiros de Aveiro e da figueira

da Foz, qual é o problema?

Depois, poderemos discutir aqui a estratégia para os Estaleiros, a estratégia para os portos, a estratégia

para a indústria naval, mas essa é outra matéria que não temos tempo para discutir hoje. Mas o que não

convém — mesmo que haja uma vontade legítima de ver o Sr. Ministro da Economia pelas costas… Aliás, o

Bloco de Esquerda veria tudo, até o País, pelas costas!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O Bloco de Esquerda quer outro País!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Só outro Governo!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Quer um País sem liberdade, sem empresas privadas, sem

empresários, sem nada! É o vosso modelo, não é o nosso. Mas lá estaremos, no ato eleitoral, para

discutirmos: o Bloco de Esquerda com as suas ideias, as bancadas da maioria com as suas ideias e o País

escolherá quem deve governar o País, legitimamente, em liberdade e sem dramas. Eu cá estarei para o jogo

democrático.