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11 DE ABRIL DE 2013

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inadvertidamente, cancelou a última vinda, mas, seguramente, terá de vir cá mais amiúde… Mas não sei se

encontrarão ou não nas escadarias um partido desaparecido, que é o CDS, um partido desaparecido em

combate,…

Protestos do CDS-PP.

… talvez aquele que fale mais de remodelação. Aliás, está tão desaparecido que até hoje não vem a

debate. O CDS já teve, hoje, várias oportunidades de vir a debate, mas não veio.

Protestos do CDS-PP.

Sr. Deputado António Filipe, a questão que colocou é absolutamente intransponível.

Há uma ameaça do Governo às instituições democráticas, houve uma desautorização política do Tribunal

Constitucional e esse é um núcleo malsão para o funcionamento do regime democrático e tem de ser

abertamente contestado — nem outra coisa se poderia aqui dizer.

Não vale vir dizer que isso põe em causa o plano orçamental do Governo, não vale vir aqui dizer que isso

põe em causa o levantamento desta ou daquela tranche por parte dos credores da troica; o que vale é

apresentar políticas que estejam de acordo com a Constituição, que cumpram as leis e a legalidade

democrática. E isso é que o Governo não tem feito.

Não é o País que é estranho à democracia; o Governo é que é estranho à democracia! Não vamos mudar

de povo; vamos é mudar de Governo!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Esta é a questão essencial que deveria estar na pauta do Presidente da

República, mas, infelizmente, caíram-lhe as notas entre o pedido do Tribunal Constitucional e a decisão do

mesmo.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Depois da decisão do

Tribunal Constitucional, a obrigação do Governo era pedir demissão. Um Governo que não conseguiu

apresentar nenhum Orçamento do Estado que não fira a Constituição da República Portuguesa é um Governo

perigoso, porque desafia recorrentemente a peça legislativa que mais suporta o regime democrático.

E um Governo que não tem alternativa ao cataclismo social e económico que provoca, porque as causas

do cataclismo só consegue substituí-las por mais causas de cataclismo, é um Governo perigoso, porque

demonstra uma obsessão com o caminho que insiste em percorrer, mesmo que mais que demonstrado que é

de um insucesso atroz.

Enquanto se aguardava pela decisão do Tribunal Constitucional, a postura do Governo e da maioria

parlamentar foi vergonhosa. A pressão exercida para que nada nem ninguém estragasse o caminho solitário

do Governo e da troica foi inaudita.

O Primeiro-Ministro achava que o Tribunal tinha de decidir não em função das normas constitucionais, mas

do impacto da sua decisão para a estratégia do Governo.

A bancada parlamentar do PSD achava que o Tribunal Constitucional tinha que decidir em função do

contexto financeiro, do Memorando da troica, do direito europeu e, por último, do direito nacional, como se a

Constituição não fosse para aqui chamada.

Já antes o Vice-Presidente do PSD achava que quem tinha pedido fiscalização da constitucionalidade é

que tinha de apresentar alternativas em caso de chumbo pelo Tribunal Constitucional, só considerando

alternativas, claro está, medidas de que o Governo gostasse.