11 DE ABRIL DE 2013
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O Sr. Mendes Bota (PSD): — «Temos de travar várias batalhas para ganhar uma guerra». Este podia ser
também o lema de Portugal. O lema do nosso tempo.
Tempo de luta, de perseverança e de coerência. Um tempo que exige a energia e a coragem de todos. A
consistência e a determinação dos estadistas, a resistência e a bravura de quem pensa mais alto, acima do
interesse pessoal.
Temos uma guerra para vencer e uma guerra que é por Portugal, pelos portugueses, pela recuperação da
nossa soberania. Para vencer esta guerra estamos a travar várias batalhas, e temos uma estratégia que,
acreditamos, levar-nos-á à vitória.
Esta estratégia, sendo de execução complexa, é simples na sua formulação: só conseguimos sair da crise
e criar empregos se recuperarmos a nossa capacidade de financiamento; só regressamos aos mercados se
reganharmos a nossa credibilidade; e só reganhamos a credibilidade se cumprirmos os nossos compromissos
internacionais.
Será assim tão fácil de entender ou será assim tão difícil de entender?
Alguém acredita que, se não cumpríssemos o programa de ajuda económica e financeira…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Qual ajuda?
O Sr. Mendes Bota (PSD): — … teríamos atraído os investidores que permitiram que as privatizações
ultrapassassem todas as expectativas?
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — As Privatizações? Que maravilha!…
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Os portugueses querem discursos de verdade e ações concretas. Estão
fartos de propostas vazias de conteúdo, mas a transbordar de retórica e demagogia, prometendo milagres de
crescimento económico, prometendo tudo e o seu contrário em simultâneo, sem fazer contas ao dinheiro dos
contribuintes.
Ignorar as conquistas destes últimos 22 meses é um desrespeito e uma injustiça, sobretudo para os
portugueses.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Um corte na despesa primária de mais de 13 000 milhões de euros, sem
precedentes na história da democracia; o equilíbrio da balança externa e um saldo positivo que não se
verificava há duas décadas; um corte nas rendas excessivas do sector energético nunca antes realizado; a
melhor execução de sempre do QREN, em 60%, correspondente a 4000 milhões de euros injetados na
economia real; a reestruturação do setor empresarial do Estado, onde se destaca o equilíbrio operacional dos
transportes públicos, com resultados positivos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Se está tudo a correr bem para que é que é preciso o despacho?
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Não se pense que somos insensíveis aos problemas do desemprego e da
pobreza, do endividamento excessivo das famílias que conduz à perda da habitação e outros bens essenciais.
Tampouco ignoramos a magreza das reformas e dos salários da maioria dos cidadãos, ou as profundas
desigualdades na redistribuição da riqueza e do rendimento. Mas, mais uma vez importa reafirmar: a
sensibilidade social não é um exclusivo de ninguém. O PSD assume-se, como sempre, um partido
interclassista, contrário à luta e ao ódio entre classes, pelo diálogo e pela concertação social.
Por estes dias, temos ouvido falar muito em incoerência, irresponsabilidade e inaptidão.
Temos ouvido tantas vozes da desgraça, tantos «velhos do Restelo», tanta apologia da adversidade que
me sinto impelido a recordar as sábias palavras de um então aspirante a líder partidário, proferidas a 9 de