11 DE ABRIL DE 2013
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Sr. Deputado, é significativo que, sobre isso, não tenha dito uma palavra, mas gostávamos de o ouvir
criticar aquele despacho inaceitável num regime democrático.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Falou o Sr. Deputado de conquistas e também é significativo que só tenha
falado das conquistas para o capital e para os grupos económicos.
Falou de conquistas com as privatizações, que são grandes conquistas para os grupos económicos que
abocanharam empresas públicas que deviam estar ao serviço do povo, mas ficam, assim, ao serviço dos
lucros privados.
Falou de conquistas, por exemplo, nos lucros das empresas que apresentam e acumulam milhões de lucro,
em tempos de crise, à custa da exploração, à custa do agravamento das condições de vida, à custa do roubo
que está a ser perpetrado pelo Governo às condições de vida e trabalho dos portugueses.
É significativo, Sr. Deputado, que não tenha falado das conquistas que deveria falar, das conquistas no
combate ao desemprego, que, infelizmente, não existem, das conquistas no combate à recessão económica,
ao endividamento do País, à pobreza, aos défices estruturais do País. Era bom que o Sr. Deputado tivesse
falado também das conquistas no combate à emigração forçada de milhões de portugueses, de milhares de
jovens que abandonam o País porque, aqui, não encontram futuro.
Se ainda tiver oportunidade, Sr. Deputado Mendes Bota, olhe para cima, para as galerias, e dê aos jovens,
que hoje assistem a esta sessão, uma resposta quanto ao seu futuro. Diga-lhes! Tenha a coragem de lhes
dizer que hão de encontrar futuro neste País, que não hão de ser obrigados a emigrar, mas diga isso
acompanhado de uma fundamentação que não seja retórica,…
Aplausos do PCP.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — A retórica vem daí!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … diga isso acompanhado de uma política diferente daquela que o seu
Governo tem seguido, porque a única consequência da política do seu Governo é o desastre nacional com
que, hoje, somos confrontados.
Sr. Deputado Mendes Bota, não é de estranhar que o senhor tenha feito a declaração política que fez, que
continue a insistir na política do Governo, como insistiu, e que, aliás, tenha parafraseado a Sr.ª Margaret
Thatcher com aquela frase de que «não há alternativa». Os senhores são os herdeiros da política neoliberal da
Sr.ª Thatcher, são os herdeiros da destruição do Estado social. Não é de estranhar, porque a vossa política é
essa: é a destruição das funções sociais do Estado, é a destruição das conquistas democráticas, é a
satisfação dos interesses do grande capital.
O Sr. Deputado Mendes Bota fala em líderes da oposição, mas os líderes da oposição não são António
José Seguro nem Jerónimo de Sousa nem Paulo Portas, os líderes da oposição são os portugueses, que
exigem a demissão deste Governo e exigem uma política alternativa. Estes líderes da oposição, Sr. Deputado
Mendes Bota, já conseguiram a demissão do Ministro Miguel Relvas e hão de conseguir a demissão deste
Governo!
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Mendes Bota, de facto, hoje, não
há quem arranque uma palavrinha de conforto ao Governo, por parte do CDS. O Sr. Deputado deve estar a
sentir-se extraordinariamente solitário. Mas não há vontade, não é verdade?
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Não se preocupe com o CDS!