I SÉRIE — NÚMERO 76
20
Novembro de 2010: «Perante esta crise, os partidos devem afirmar-se pela positiva, convergirem no essencial,
de modo a mobilizarem as energias dos portugueses. Este é um momento grave que exige, de todos nós,
contributos positivos para fazer face a este enorme desafio e os partidos têm que dar o exemplo».
Espero que o Sr. Deputado António José Seguro, hoje líder da oposição,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não há nenhum líder da oposição!
O Sr. Mendes Bota (PSD): — … ainda pense da mesma maneira e que passe do pensamento à ação,
fazendo jus às suas próprias palavras!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Espero que o seu partido seja responsável, coerente, capaz de agir para além da sua agenda partidária,
pensando que chegou a hora para «uma séria convergência nacional num propósito concreto: defender o
nosso País. Somar forças. Mobilizar energias!»
Pois então tem agora oportunidade para mostrar que pensa pela sua cabeça, que é o autor da sua própria
narrativa e que não muda de opinião com ventos antepassados nem comentários de domingo.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Esperamos não estar a pedir demais ao Partido Socialista quando o
convidamos a pensar Portugal e para fazer parte da resposta construtiva para resolver os problemas
estruturais, suprageracionais e urgentes que enfrentamos.
O Partido Social Democrata sempre soube colocar os interesses de Portugal e dos portugueses à frente
dos seus próprios interesses. Fê-lo em 1978, fê-lo em 1983, fê-lo durante os seis últimos anos da governação
socialista e fê-lo, especialmente, durante o último Governo minoritário do Eng.º José Sócrates.
Mesmo discordando frontalmente do rumo que o País estava a tomar e da maioria das opções desse
Governo, o PSD nunca apresentou qualquer moção de censura nem votou favoravelmente as moções que
foram apresentadas por outros partidos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Ontem, como hoje, o PSD está cá, firme, coerente, patriótico e responsável,
disponível para arcar com os custos da impopularidade que a tomada de medidas difíceis implica.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é o que vamos ver!
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Não viramos a cara aos obstáculos, nem às pedras que nos colocam no
caminho, nem endossamos a resolução dos problemas a quem os criou, porque isso seria regressar a um
passado recente a que os portugueses não querem voltar.
Somos um referencial de estabilidade e de responsabilidade, no meio da tormenta que fustiga o País e o
mundo. Não cederemos perante aquela minoria ruidosa, que mais não pretende do que inflamar nas ruas o
clima de contestação social, sem propostas concretas nem credíveis, cujo único programa se resume à frase
«Governo para a rua, já!»,…
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Mendes Bota (PSD): — … pretendendo apear aos gritos e aos insultos um Governo legítima e
democraticamente eleito.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.