11 DE ABRIL DE 2013
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Constitucional que consideraram que as normas em causa eram constitucionais. E para não falar, em
particular, de um dos «pais» da Constituição, que emanou exatamente dessa bancada, o Prof. Vital Moreira,…
Protestos do PCP.
… que, ainda esta semana, veio dizer que considerava as normas em causa constitucionais.
Por isso, o Tribunal tomou uma decisão, mas nós discordamos dessa decisão, e esta maioria estava
confiante que as normas eram constitucionais. Foi por isso que as votámos aqui.
Mas quanto à questão do Presidente da República, não posso deixar de frisar a total incoerência que toda
a esquerda — e hoje, em particular, a bancada do Partido Comunista Português — traz a este Plenário.
Senão, vejamos: quando acham que o Presidente da República tem alguma crítica a fazer ao Governo, vêm a
esta tribuna dizer «viram a crítica que o Sr. Presidente da República fez? Ouçam-na! Acatem-na! Façam aquilo
que o Sr. Presidente da República diz!». Agora, quando, esta semana, o Sr. Presidente da República veio, de
acordo com a Constituição, dizer, num dia, que houve uma moção de censura que foi rejeitada e que, por isso,
este Governo tem a confiança deste Parlamento e, no dia a seguir, que há todas as condições para que o
Governo se mantenha em funções, os senhores já não respeitam que o Sr. Presidente da República tenha
uma opinião que seja divergente da vossa. Quando converge, aplaudem; quando diverge, vêm criticar e dizem
que o Sr. Presidente da República não está a cumprir a Constituição. Isso não é coerente, isso não é
politicamente correto.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
Estamos habituados à retórica, à incoerência e ao radicalismo do Partido Comunista Português. Mas não
estávamos habituados a ver o Partido Socialista embarcar nessa situação. O Partido Socialista evoluiu nas
últimas semanas. Evoluiu do centro-esquerda responsável para a esquerda radical e totalmente irresponsável.
E avançou com imensas alternativas, mas que não passam de chavões, facilidades, muitas falsidades e
muitas inverdades.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Vou terminar, Sr.ª Presidente. Só peço a mesma tolerância que teve para
com os outros oradores.
Dizem que querem consolidar as contas públicas, Srs. Deputados do Partido Socialista, só não dizem é
como. Dizem que querem pôr o País a crescer, só não dizem é como. Dizem que querem acabar, como que
por magia, com o desemprego, que é uma vontade que qualquer um dos 230 Deputados desta Câmara
também quer,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Se têm essa vontade, não parece!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — … só não têm a coragem de dizer como. E, infelizmente, isto não é o que o
País precisa. E podemos divergir naquilo que o País precisa, mas, nos partidos do arco do poder, o que o País
precisava era de políticas e de políticos que estivessem à altura das suas responsabilidades. E, infelizmente, o
Partido Socialista e o seu Secretário-Geral têm demonstrado ao País que não estão à altura de servir os
portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, a tolerância não é fácil de comparar, porque não estive na Mesa. Mas
parece-me que excedeu mais tempo do que os outros oradores.
Tem a palavra, para responder, Sr. Deputado Bernardino Soares.