I SÉRIE — NÚMERO 95
20
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Temos de reformar o Estado sem demagogias, sem preconceitos ideológicos, mas também sem tabus
eleitoralistas. Queremos, ou não, uma segurança social sustentável? Queremos, ou não, discutir a melhor
forma de potenciar a nossa Administração Pública?
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Diga quais são as medidas! Diga!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Queremos, ou não, uma escola pública de qualidade e um Serviço
Nacional de Saúde de excelência, mas sustentável?
Sr.ª Presidente, espero que nas intervenções que se seguem não se perca a oportunidade…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esta já se perdeu!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — … de os partidos que ainda irão intervir neste debate darem um
verdadeiro contributo para a reforma do Estado.
Termino, dizendo o seguinte: na verdade, incompatíveis com a austeridade, somos todos. É por isso que
queremos reformar o Estado, para aliviar os sacrifícios dos portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Estão ainda inscritos, para intervir, os Srs. Deputados Pedro Nuno Santos, do PS,
Nuno Magalhães, do CDS-PP, Jorge Machado, do PCP, Cecília Honório, do BE, José Luís Ferreira, de Os
Verdes, e, finalmente, o Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Nuno Santos.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, Sr.as
e Srs. Deputados: Ainda bem que é o
Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros que vem a este debate. Tem aqui, hoje, no Parlamento, a
oportunidade de clarificar definitivamente a sua posição sobre as pensões e, nomeadamente, de explicar ao
País por que é que é contra a «TSU dos pensionistas» mas aceita o corte retroativo nas pensões para a Caixa
Geral de Aposentações (CGA).
Aplausos do PS.
Qual é hoje a diferença, para si, entre um reformado do setor público e um reformado do setor privado?
Qual é, para si, a diferença entre uma reforma de 650 € de um reformado do setor público e uma reforma de
650 € de um reformado do setor privado?
Aplausos do PS.
Explique aqui por que é que aceita cortes de 740 milhões de euros nas pensões do setor público mas não
quer um corte de 400 milhões de euros no resto das pensões.
Explique qual é para si a diferença entre uns e outros reformados.
O Sr. Ministro e a maioria defendem um corte de 4000 milhões de euros no Estado. Chamam a esse corte
«reforma do Estado» e dizem que essa reforma é essencial para termos um Estado mais ágil e mais eficiente.
Deixemo-nos de conversa! O que os senhores querem é cortar nas pensões, cortar nos salários e despedir
trabalhadores do setor público, e não um Estado mais ágil, nem um Estado mais eficiente.
Os senhores defendem uma pseudorreforma do Estado, porque é a única alternativa ao aumento de
impostos. Só que para os cidadãos que vão sofrer as consequências deste corte de 4000 milhões de euros é
exatamente a mesma coisa. Cortar salários é aumentar impostos para esses trabalhadores. Cortar pensões é
aumentar impostos para esses pensionistas. Cortar no subsídio de desemprego, cortar no subsídio de doença,
aumentar os custos no acesso à saúde, tudo isso é outra forma de aumentar os impostos. É falso que seja