O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 98

24

Os senhores chegaram ao Governo «sem saber ler nem escrever», mas hoje, passados estes dois anos,

navegam à vista.

Responda-nos, Sr. Ministro, sobre o porquê desta discrepância no acesso ao Programa de Emergência

Alimentar.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do Sr. Deputado Adão Silva, pelo PSD.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: Começo

também por invocar os dois anos deste Governo, iniciando com a vitória eleitoral que o PSD teve há dois anos,

porventura, uma vitória, para alguns, inesperada, mas uma vitória que resultou do voto livre do povo,

conferindo a este Governo aquilo que alguns põem em dúvida, que é uma plena legitimidade democrática.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Jorge Fão (PS): — Está enganado!

O Sr. Adão Silva (PSD): — E invocando os dois anos da vitória do PSD nas eleições legislativas, que,

aliás, já aqui foram referenciadas, quero relembrar algumas palavras então proferidas pelo líder do PSD,

ganhador das eleições legislativas e futuro Primeiro-Ministro, Dr. Passos Coelho. Dizia ele: «Os anos que nos

esperam vão exigir de todo o nosso Portugal muita coragem». Dizia mais: «Precisamos de muita coragem

para vencer as enormes dificuldades». E acrescentava: «Precisamos de trabalho absoluto para enfrentar os

sacrifícios pedidos aos portugueses, os sacrifícios que já estão prometidos e alguns que se tenham de impor

pela força das circunstâncias».

Passados dois anos, importa sublinhar (e quero fazê-lo aqui) o papel extraordinário deste Primeiro-Ministro,

um homem com coragem, um homem com abnegação, um homem com sentido patriótico, um homem que

quer resgatar o País da ameaça da bancarrota.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Hoje, vivemos um tempo em que é preciso homens e mulheres de coragem, homens e mulheres de

coragem que não apresentem argumentos fáceis, daqueles argumentos em que se enumera um conjunto de

realidades negativas de que sofre o País (também as reconhecemos e lamentamos que o País esteja a sofrer,

e muito, em alguns aspetos), em que se listam essas realidades negativas, mas não se apresentam

alternativas.

Isto é, listam-se as situações, que todos conhecem e que muitos sofrem «na carne», mas, depois, não se

apresentam alternativas, porque simplesmente não há alternativas. Ora, esta listagem sem alternativas é pura

inconsequência, é pura cacofonia, Sr. Deputado Miguel Laranjeiro.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Nós vivemos um tempo complexo, um tempo, como dizia o Sr. Deputado Miguel Laranjeiro, em que nós,

este Governo e esta maioria fomos avisados do que ia acontecer. Pois fomos, Sr. Deputado! Fomos avisados

como, suponho, nenhum Governo foi. Já tenho 55 anos, mas, que me lembre, nunca nenhum Governo foi

avisado como este — aliás, ainda não tinha começado a governar e já tinha em cima da mesa um caderno de

encargos brutal, que é a «mãe» de algumas das situações desastrosas que o senhor enumerou.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Esta é, verdadeiramente, a questão.