27 DE JUNHO DE 2013
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Esta é a primeira coisa que quero dizer à Sr.ª Deputada.
Estamos, portanto, a tratar de controlar, de diminuir ou de eliminar riscos com elevado potencial de impacto
negativo sobre os contribuintes, no futuro e, até à data, metade desse problema ficou resolvido. Ainda há
metade por resolver, mas estamos, evidentemente, sempre abertos a encontrar uma saída negociada para
este problema. Porém, não estamos à espera disso para deixar de, em sede de tribunal, de contencioso,
acionar os mecanismos que são necessários para poder prevenir esses riscos sobre os contribuintes. Não
fomos nós que os fizemos, mas estamos a tomar todas as medidas que podemos para controlar esses riscos
para futuro.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sucede que um Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, a uns dias
de deixar o Governo, deixou — parece! — um despacho que não transferiu à Sr.ª Secretária de Estado do
Tesouro, dizendo que era preciso ter cuidado como essa situação, uma situação que tinha sido criada ao
longo de anos de vigência do Governo que ele integrou e até da sua própria vigência. Mas nós agora, Sr.ª
Deputada, estamos a controlar esses riscos e a tornar menos danoso, para futuro, o impacto que eles possam
ter sobre os contribuintes.
Depois, disse a Sr.ª Deputada que eu deveria, enfim, moderar uma certa alegria com a execução
orçamental. Mas não tenho nenhuma alegria, Sr.ª Deputada, limito-me a constatar os resultados da execução
orçamental e eles permitem-me antecipar, com a informação de que dispomos nesta altura, que cumpriremos
as metas deste ano para o défice, o que julgo que é importante.
Todavia, acompanho a Sr.ª Deputada quando diz que há riscos. Tenho dito aqui, várias vezes, que há
riscos e, por isso, temos de redobrar a nossa atenção.
Estamos a trabalhar, todos os dias, para poder vir a baixar os impostos no futuro na medida em que
estamos a combater a evasão e a fraude fiscais, na medida em que estamos a alargar a base fiscal com
programas importantes, como o da fatura eletrónica que tem sido tão bem sucedido. E estamos, julgo eu, em
bom caminho para poder perspetivar uma despesa pública que seja mais comportável para os contribuintes no
futuro, de modo a que a reforma do Estado não se reduza a programas de corte de despesa, mas possa
também ter uma componente importante de qualificação da Administração, sem que isso represente mais
impostos para os portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro não disse absolutamente nada
sobre corte de impostos. Na verdade, diz que está a enveredar esforços, como já disse antes. Mas o que
acontece é que todas as execuções orçamentais do seu Governo são pretexto para aumentar impostos. É o
que temos visto até agora,
As contas do Governo são más e as más contas do Governo são sempre pretexto para subir mais
impostos, para criar mais desemprego e para desproteger mais e mais os serviços públicos.
Sr. Primeiro-Ministro, o seu novo ciclo não passa de uma nova mentira: a cada dia que passa, são
destruídos em Portugal mais de 1100 postos de trabalho. O crescimento do desemprego em Portugal acelerou
de tal forma que «apanhou» já o crescimento do desemprego na Grécia.
Cada dia em que está no Governo é um dia perigoso para este País.
Há quem pense que o problema do Governo é a comunicação. Bem sei que o Governo tem tentado lidar
como esse problema e bem sei que o Sr. Ministro Maduro acha mesmo que se não houver contestação tudo
irá correr bem.