27 DE JUNHO DE 2013
27
Aplausos do Deputado de Os Verdes José Luís Ferreira e do PCP.
Por outro lado, queria dizer que os sucessivos dados da execução orçamental têm demonstrado o
seguinte: o Governo está permanentemente a dizer às pessoas «estamos a pedir-vos sacrifícios, a impor-vos
austeridade, mas isto vai ter um resultado a breve prazo». Sr. Primeiro-Ministro, este resultado nunca mais
chega! Sr. Primeiro-Ministro, o défice sobe, a dívida sobe.
Diz o Sr. Primeiro-Ministro «estamos em condições da baixar impostos no futuro». Muito bem! E o que é o
futuro? Vai baixar o IRS? Vai baixar o IVA da restauração?
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, não fiz qualquer afirmação,
como a senhora pretende, sobre os sindicatos dos professores. A Sr.ª Deputada quis dizer que eu afirmei que
os sindicatos estavam a mentir? Sr.ª Deputada, essa é uma afirmação totalmente gratuita.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Disse, disse!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Pelo contrário, Sr.ª Deputada, elogiei aqui a atitude dos sindicatos
relativamente ao compromisso que foi alcançado. Fiz até o contrário, Sr.ª Deputada!
Portanto, peço desculpa, mas não percebi a forma como se deixou embrulhar nessa questão dos sindicatos
e da greve dos professores. Não quero desvalorizar coisa nenhuma, tenho até valorizado bastante este aspeto
e sei que o Governo o valorizou também, e foi por essa razão que, de parte a parte, foi possível chegar a um
entendimento. De outra maneira, isso não teria sido possível.
Contudo, disse e reafirmo que os aspetos que eram estruturantes e que representam o novo processo de
reforma do Estado, e cujos contornos já se conhecem, porque já tivemos ocasião de os revelar publicamente,
já os apresentámos aos sindicatos e, nessa medida, já estão em consulta pública — e, ao contrário do que
dizia o Sr. Deputado António José Seguro, muitos destes resultados já têm vindo a ser conversados com os
sindicatos —, implicam, justamente, a intenção de estender de 35 para 40 horas o período de atividade
semanal na Administração e procuramos reformular toda a lei da mobilidade de forma a apostar em
requalificação séria. E vamos fazê-lo aplicando estas matérias a todos os setores porque elas são
transversais. Isto foi dito desde o início e foi dito no final, também!
Sr.ª Deputada, não há razão para que não possamos adaptar estes princípios setor a setor. Os princípios
são os mesmos e aplicam-se transversalmente.
Quando dizemos que há um regime de requalificação não estamos a dizer que todos os funcionários do
Estado vão ser requalificados. Isso é definido, como é evidente, serviço a serviço, setor a setor, Ministério por
Ministério. O que estamos a dizer é que, no próximo ano letivo, não prevemos nenhuma necessidade de que
qualquer professor efetivo seja colocado em requalificação. Dissemo-lo desde o início, Sr.ª Deputada.
Nesse sentido, não posso ignorar as condições que foram publicamente anunciadas pelo Governo e
defendidas no final da negociação, porque, isso sim, seria distorcer as próprias negociações.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro disse que, relativamente a
tudo aquilo que ficou no entendimento, já tinha havido abertura por parte do Ministério da Educação, e isso
não corresponde à verdade.
Vozes do PCP: — Exatamente!