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I SÉRIE — NÚMERO 105

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Ontem, porém, o seu Governo teve uma novidade — e teve o País também — sobre a qual é bom que

pense. A luta dos professores foi uma luta solidária, difícil e consistente, mas com a greve dos professores o

Governo, que foi teimoso e que usou os alunos como reféns, foi obrigado a ceder.

Vozes do BE: — Exatamente!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — A cedência do Governo garantiu postos de trabalho nas escolas. O que

sabemos é que em cada dia deste Governo são destruídos 1100 postos de trabalho e o que sabemos também

é que a greve dos professores protegeu postos de trabalho.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, tenha a certeza de uma coisa: a

responsabilidade cívica de quem trabalha neste País é a greve geral de amanhã, porque essa é a grande lição

que tiramos destes dias. Quando o Governo destrói postos de trabalho, produz desemprego e cria pobreza,

quem trabalha pode unir-se, pode ter conquistas importantes, pode ter a sensatez de dizer que basta de

destruição!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é de Os Verdes.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Os Verdes não acham nada

bem que o Sr. Primeiro-Ministro venha dizer aqui, na Assembleia da República, que os professores e os

sindicatos dos professores estão a mentir. O Sr. Primeiro-Ministro enviesou completamente os factos de um

processo para que esse processo lhe viesse a dar razão, uma razão que o Sr. Primeiro-Ministro e este

Governo não têm.

Vozes do PCP: — Muito bem!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Por exemplo, o Sr. Primeiro-Ministro não referiu — e porque

será? — que no dia 6 de junho o Ministério da Educação deu unilateralmente por encerrado o processo

negocial com os sindicatos.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Tal como não referiu que no dia 14 de junho, face à situação e às

formas de luta criadas, o Governo foi obrigado a retomar a negociação, mas não aceitou as propostas que os

professores faziam. Por que é que o Sr. Primeiro-Ministro faz isto? Porque quer desvalorizar uma luta plena de

sucesso que os professores tiveram, porque quer dar a entender aos portugueses que era muito mais

conveniente para o Governo que os portugueses ficassem sentados no sofá a assistir à degradação que o

Governo faz do País!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Não, não foi essa a resposta que os professores lhe deram e,

certamente, também não será essa a resposta que os portugueses lhe darão amanhã.

O que os professores disseram foi que era insustentável a degradação das suas condições de vida e da

escola pública que o Governo estava a propor. E, Sr. Primeiro-Ministro, o Ministério da Educação aceitou o

entendimento que aceitou devido à luta eficaz que os professores travaram. Os professores portugueses

estão, de facto, de parabéns por terem consolidado essa luta e por a terem ganho, Sr. Primeiro-Ministro!