I SÉRIE — NÚMERO 10
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Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — A única coisa que lhe digo, Sr. Deputado, é que o senhor devia ter a
capacidade de admitir que errou e que o País e as empresas venceram os arautos da desgraça do Partido
Socialista no ano passado.
Para terminar, Sr.ª Presidente, quero dizer que o Sr. Deputado João Galamba veio falar em falta de
decência, veio aqui lançar um conjunto de adjetivos a este Orçamento, mas, como sempre, o Partido Socialista
não apresentou uma única opção.
A realidade é que, ao atacar todas estas medidas que diz serem inqualificáveis mas que no passado
implementou, o que o Partido Socialista está a pedir é apenas uma coisa: um enorme aumento de impostos
para os portugueses, porque seria a única forma de manter a consolidação orçamental e de cumprirmos as
metas orçamentais a que os senhores dizem estar vinculados.
Por isso, Sr. Deputado João Galamba, só tenho pena que não tenhamos todos, a começar pela bancada
do Partido Socialista, a capacidade de debatermos com serenidade um instrumento que vai ser fundamental
para recuperarmos a nossa soberania financeira.
Protestos da Deputada do PS Isabel Alves Moreira.
O senhor fala do facto de termos a troica em Portugal como se fosse uma coisa sem importância. Sabemos
bem que foram os senhores que a chamaram, mas nós queremos tirá-la daqui!
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Passamos à próxima declaração política, que caberá ao PS.
Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Jesus Marques.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Este Orçamento do Estado
nasce ferido de morte, porque ferida de morte está a credibilidade da política orçamental deste Governo.
Prometeram consolidação orçamental, prometeram menos défice e menos dívida mas, ao contrário do
prometido, quais são os resultados que têm para apresentar? Mais de 5000 milhões de euros de sacrifícios
perdidos para a recessão! Toda a austeridade de 2013 e todo o enorme aumento de impostos deitados para o
caixote do lixo. A depressão provocada pelo choque de expetativas e pelo corte de rendimentos anulou, para
efeitos orçamentais, todo o resultado dos sacrifícios que o Governo pediu aos portugueses.
O défice com que iniciaram o ano de 2013 é, assim, nas contas do próprio Governo, exatamente o mesmo
que transitará para 2014.
Aplausos do PS.
Um fortíssimo e repetido desvio de todas as promessas do Governo na frente orçamental — 5000 milhões
de euros de austeridade, de aumento de impostos, perdidos para a recessão; uma dívida pública que não para
de subir, com um desvio de 5000 milhões de euros; e mais 54 000 desempregados do que nos prometiam há
um ano no Orçamento do Estado. Prometeram consolidação mas, afinal, tivemos dor e desilusão!
Aplausos do PS.
Mas também ao contrário do que repetiam, aí está, no Orçamento do Estado para 2014, um novo e enorme
pacote de austeridade — quase 4000 milhões de euros de novas medidas de austeridade, ao contrário do que
foram repetindo aos portugueses. São sempre estes 4000 milhões de euros que nos perseguem, os que o
Governo propôs à troica inscrever no Memorando na longínqua quinta avaliação. Lembram-se, Sr.as
e Srs.
Deputados?
E qual a via que escolheram para implementar esta austeridade? Os cortes de rendimentos de funcionários
públicos e de pensionistas, o que, como se sabe, para as famílias é mais ou menos o mesmo que aumentar