17 DE OUTUBRO DE 2013
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A pergunta que se coloca ao Partido Socialista é a de saber qual é a perspetiva, qual é o caminho para a
dita mudança das opções políticas. Com o pacto ou sem o pacto, como se perspetiva esta mudança? Entende
ou não o Partido Socialista que a primeira condição para uma rutura com este caminho de desgraça e de
afundamento nacional passa, precisamente, pela rutura do pacto de agressão assinado pelo PS, pelo PSD e
pelo CDS-PP?
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso é fundamental!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Para nós, essa é uma questão central, é absolutamente claro que
qualquer mudança política passa pela rutura deste pacto de agressão, na medida em que ele condena o nosso
País ao desastre que está em cima da mesa.
Para o PCP, é claro que o povo, se tivesse oportunidade de se pronunciar em eleições, já há muito teria
corrido com este Governo.
Portanto, no futuro, quais as opções políticas que se apresentam? Com ou sem pacto, como é que nos
colocamos?
Para o PCP, é claro que é preciso bater o pé, é preciso dizer «basta» a este caminho que afunda e destrói
o nosso País, é preciso romper com este pacto de agressão para construir, efetivamente, uma alternativa
política.
A pergunta que queria deixar ao Partido Socialista é se entende ou não que este caminho deve ser feito.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente. — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório, pelo
Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Marques, quero cumprimentá-lo pela
sua declaração política e dizer-lhe que está certo. Depois do saque fiscal do ano passado, é agora um ataque
sem precedentes aos salários da função pública e às pensões.
Sobre este ataque, o Governo diz que está a tratar das «gorduras» e a cortar na despesa. Veja-se o
cinismo sinistro com que o Governo trata os direitos fundamentais dos trabalhadores e dos pensionistas: diz
que são «gorduras». E, Sr. Deputado, tem razão, esta receita de veneno não funciona.
Quero perguntar ao Partido Socialista se, com esta constatação, não é meio caminho para aceitar que a
chantagem da dívida não é mais suportável, que esta dívida não é sustentável e que, para além da questão da
renegociação dos prazos, dever-se-ia ir muitíssimo mais fundo: rever os juros e rever montantes. Está,
objetivamente, o Partido Socialista disponível para afirmar, perante os portugueses, que esta dívida não é
sustentável, que é preciso reestruturá-la, que é preciso rever os montantes e rever os juros.
Sr. Deputado, ainda no reconhecimento de que austeridade só gera mais austeridade e mais austeridade,
quero perguntar-lhe se me acompanha nesta evidência crescente de que Portugal poderá estar à beira de um
segundo resgate ou de um programa cautelar para o qual, eventualmente, irá de joelhos. Perante esta
contingência, qual é a vossa posição perante este cenário cada dia mais plausível? Aceita o Partido Socialista
este destino, esta fatalidade? Acha o Partido Socialista que este Governo tem legitimidade para este cenário?
Ou acha que não e que não há outra alternativa senão devolver a voz ao povo, porque este Governo não tem
mais legitimidade para continuar com esta política de destruição da economia e de destruição da vida das
pessoas?
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Jesus Marques.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Deputado Jorge
Machado e Sr.ª Deputada Cecília Honório, obrigado pelas vossas questões.