17 DE OUTUBRO DE 2013
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às pensões de sobrevivência e, agora, vir dizer que isso é a maior vergonha. A irresponsabilidade maior é,
numa altura de dificuldades, numa altura em que precisamos de medidas de exceção, os senhores
esconderem o vosso passado e acusarem os outros daquilo que, no fundo, os senhores fizeram e daquilo que
os senhores assumiram.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Partimos para uma discussão do Orçamento que se pretende séria. E a discussão do Orçamento só é séria
se quem, no passado, teve determinada posição, for capaz de a assumir hoje — nem que seja assumindo que
estava errado, mas tendo a frontalidade de não esconder a verdade.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Onde é que está, agora, a «burla grisalha»?!
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Mariana Aiveca, do
BE, e Paulo Sá, do PCP.
O Sr. Deputado informou a Mesa que responderá separadamente a cada Sr. Deputado.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Almeida, respire fundo, porque, de
facto, duas horas depois de começarmos a discutir o Orçamento do Estado, o Sr. Deputado faz uma
intervenção de 8 minutos de autêntico delírio. Sr. Deputado, pés no chão! Assembleia da República, ano de
2013, o Orçamento da maior recessão!
E, Sr. Deputado, pareceu-me também que daquela tribuna falava a oposição ao CDS de há dois anos. A
sua intervenção inflamada só podia ser uma intervenção de oposição ao partido que defendia os pensionistas.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — É ilusionismo!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Mas bem percebemos como lida muito mal com as intervenções não só do
Vice-Primeiro-Ministro como até do próprio Primeiro-Ministro. O Vice-Primeiro-Ministro dizia-nos que as
medidas incidiam sobre pequenas e médias poupanças. Ó Sr. Deputado, 4000 milhões de euros de cortes,
cortes em salários a partir dos 600 € e, depois, o senhor vem falar-nos em reconhecimento do mérito dos
trabalhadores e trabalhadoras da Administração Pública?! Então, o prémio do reconhecimento do mérito é
cortar salários a partir de 600 €?!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É uma vergonha!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Deputado, ficamos sem perceber exatamente o teor da sua intervenção,
que é absolutamente delirante.
Depois, também não sei se com essa intervenção responde ao Sr. Primeiro-Ministro, falando no célebre
«choque de expectativas». É que este Orçamento do Estado é um choque brutal sobre os rendimentos do
trabalho e ninguém escapa aqui: não há pensionista que escape, não há trabalhador que escape.
Os senhores têm feito o maior abalroamento daquilo que são os direitos e os rendimentos do trabalho,
como aqui já ficou demonstrado, até em intervenções anteriores por parte da bancada do Bloco de Esquerda,
porque, de facto, este Orçamento do Estado corta a direito.
Por isso, Sr. Deputado, volto a dizer-lhe: pés no chão! Assembleia da República, 2013, Orçamento
miserável para este País, Orçamento recessivo, Orçamento que vai levar as pessoas à miséria e ao
empobrecimento.
«Caia na real», é o que lhe aconselho, porque, de facto, isto é o CDS no seu melhor.
Aplausos do BE.