17 DE OUTUBRO DE 2013
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É o costume!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É que, Srs. Deputados, há alterações que foram feitas? Há
pequenas e médias poupanças? Há! Há maior tributação para a banca — pagam mais os bancos. Há redução
das rendas do setor energético — pagam mais as empresas do setor energético. Há uma taxa para as
empresas de telecomunicações — pagam mais as empresas de telecomunicações.
Portanto, há pequenas e médias poupanças? Há, Sr.ª Deputada! E essas pequenas e médias poupanças
advêm de quem mais pode contribuir para esse esforço.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do Sr. Deputado Paulo Sá, do PCP.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Almeida, como sabe, o Orçamento do
Estado, apresentado pelo Governo, estabelece como meta para 2014 um défice orçamental no valor de 4%. E
para atingir este objetivo, o Governo avança com um pacote de austeridade reforçado relativamente ao pacote
de austeridade que está em vigor este ano.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — E este ano, de acordo com o Orçamento retificativo, o valor atingido do défice
será de 5,9%, apenas umas décimas inferior ao défice do ano passado, apesar de toda a austeridade que está
a ser imposta aos portugueses.
Mas, Sr. Deputado João Almeida, a redução do défice orçamental, um elemento central no pacto de
agressão da troica, subscrito pelo PS, pelo PSD e pelo CDS, é apenas um pretexto. Um pretexto que o
Governo, o CDS e o PSD usam para concretizar uma velha aspiração da política de direita: a reconfiguração
do Estado, destruindo as funções sociais do Estado, atacando os direitos laborais e sociais e espoliando os
trabalhadores e os pensionistas dos seus rendimentos, ao mesmo tempo que se garante à banca e aos
grandes grupos económicos os mesmos benefícios e privilégios.
Ou seja, o que o CDS, o PSD e a troica pretendem com a aplicação desta política é o Estado mínimo para
quem trabalha e o Estado máximo para a banca e os grandes grupos económicos. E a consolidação
orçamental, que lhe «enche a boca», Sr. Deputado João Almeida, é apenas um pretexto, um instrumento para
atingir este objetivo.
O Governo, o PSD e o CDS não têm hesitado, no âmbito desta política da troica, em atacar, de uma forma
brutal, os direitos e os rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas.
E relativamente a estes últimos, os reformados e os pensionistas, o ataque é particularmente feroz: corte
de 10% nas pensões futuras por via da alteração da fórmula de cálculo; corte de 10% nas pensões já
atribuídas, com efeito retroativo nas pensões com valor superior a 600 €; corte nas pensões de sobrevivência
a partir de 419 €, facto que o Vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas muito convenientemente se esqueceu de
referir na recente conferência de imprensa.
Sr. Deputado João Pinho de Almeida, há uns meses a Ministra do CDS Assunção Cristas, a propósito da lei
dos despejos, falava neste Parlamento do princípio da tranquilidade na velhice, e é exatamente este princípio
que o Governo do PSD e em particular o CDS se esforçam por destruir.
Aplausos do PCP.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente António Filipe.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, nos pedidos de
esclarecimento que fez registo seriedade e maior adesão à realidade. Quando refere a meta do défice e as