I SÉRIE — NÚMERO 10
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O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, tem de concluir.
A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Estou mesmo a terminar, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, o certo é que, no todo global, este ano, os portugueses vão pagar menos para a RTP
do que pagaram no ano passado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Também ficam com menos serviços!
A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Esta é que é a questão, e não a ouvi salientar este facto, mas gostava
de ter ouvido.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Francisca Almeida, entendo o exercício que
tentou fazer aqui, no sentido de desvalorizar a intervenção do PCP na Comissão,…
A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Não existiu!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — … mas está muito enganada, porque a Sr.ª Deputada estava na Comissão e
ouviu o Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português colocar várias questões sobre o contrato de
concessão do serviço público.
Portanto, Sr.ª Deputada, não precisamos das suas orientações, das suas indicações. O Grupo Parlamentar
do Partido Comunista Português defendeu, defende e defenderá o serviço público de rádio e televisão.
Devo dizer-lhe, Sr.ª Deputada, que é o seu grupo parlamentar que tem de dar explicações, porque o seu
grupo parlamentar mostra sempre muita preocupação com os trabalhadores, com a RTP e, nomeadamente,
com as delegações regionais, mas não a vejo preocupada com o desmantelamento que está a ocorrer nos
centros regionais. Diga-me, Sr.ª Deputada, o que é que o Partido Social Democrata tem feito em prol dos
centros regionais da RTP dos Açores, da Madeira e do Porto. Nada! Nem na Comissão o fez! Mas não é isso
que queremos debater aqui.
Sr.ª Deputada, fique sabendo que não há serviço público de rádio e televisão sem financiamento. Para nós,
sempre foi muito claro que a forma de financiamento é aquela que consta da lei. E, na lei, são três as formas
de financiamento: a indemnização compensatória, a contribuição para o audiovisual e a publicidade. É isto que
é o garante do serviço público, é isto que vai permitir que a RTP sobreviva e é isto que os portugueses virão
exigir, porque os portugueses precisam deste serviço público e vão unir-se em sua defesa. Os portugueses
que cá estão e aqueles que estão no estrangeiro merecem-no! A Sr.ª Deputada sabe que é isso que é exigido,
pelos portugueses, dos Deputados e dos partidos.
Aquilo que dizemos é que se cumpra a legislação, porque, se se cumprir a legislação, teremos,
efetivamente, um serviço público de qualidade, que é aquilo a que o Estado está obrigado.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Raúl de
Almeida.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Carla Cruz, não vou entrar aqui numa
competição para saber quem mais defende ou quem mais gosta dos trabalhadores da RTP. Penso que todos
defendemos, respeitamos e damos a credibilidade merecida aos trabalhadores da RTP. Mas, no CDS,
entendemos que não é criando pânico, não é criando incerteza, não é criando um tumulto constante à volta da
RTP que se defendem os interesses dos trabalhadores da RTP. Nisso não acreditamos e temos o direito de
seguir esta nossa via.