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I SÉRIE — NÚMERO 23

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para o País e temos de preservar todos os postos de trabalho, porque o modelo que o Governo adotou, a

subconcessão, é um crime social e económico para aquela região, para a economia nacional e para todos

aqueles trabalhadores.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, antes de mais, agradeço ao Sr. Deputado e às

Sr.as

Deputadas que colocaram questões.

Começo, talvez, pela última, da Sr.ª Deputada Carla Cruz, referente aos Estaleiros Navais de Viana do

Castelo, para dizer à Sr.ª Deputada que estou inteiramente de acordo, como, de resto, ficou expresso na

nossa intervenção de hoje e noutras que temos trazido à Assembleia da República, a propósito da matéria dos

Estaleiros Navais de Viana e também faço eco daquelas que são as exigências dos trabalhadores na

manutenção dos postos de trabalho, percebendo todas as consequências terríveis, ao nível económico e

social, que este despedimento e esta falência dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo poderão trazer para a

região.

Mas, Sr.ª Deputada, quero dizer-lhe que temos um dever, que é o de exigir responsabilidade e explicações

por parte do Governo. Mas temos mais do que esse dever: temos o dever de procurar explicações e

responsabilidade para além do Governo, porque, Sr.ª Deputada, desconfio que há coisas que não vamos

saber através do Governo. É por isso que também aproveito para saudar a iniciativa que o Grupo Parlamentar

do PCP tomou, no sentido de solicitar a constituição de uma comissão de inquérito relativamente a esta

matéria.

Quanto à questão colocada pela Sr.ª Deputada Helena Pinto, sobre as alterações climáticas, estou

plenamente convicta de que a Conferência de Varsóvia vem, mais uma vez, demonstrar que não há uma

vontade política ao nível global de resolver, de agir em setores e matérias que diretamente concorrem para o

agravamento do fenómeno das alterações climáticas. E, na verdade, como a Sr.ª Deputada também referiu, de

facto, o grande poder económico vale mais para determinadas classes políticas do que o bem-estar e a

qualidade de vida de milhões e milhões de seres humanos neste mundo. E, Sr.ª Deputada, porque as

questões ideológicas se colocam a tão diferentes níveis, isto tem de fazer este mundo pensar, porque este

mundo, por esta via, não terá pernas para andar, a par de uma determinada ideologia.

Sr. Deputado Pedro Farmhouse, quero dizer-lhe o seguinte: as expectativas — veja bem ao ponto a que já

chegámos —, da Conferência de Varsóvia para Paris, não são grandes, ou seja, as dúvidas, a desconfiança e

mesmo uma desilusão em relação àquilo que se pode vir a encontrar daqui a dois anos é grande. E, portanto,

isto gera o quê? Gera desmotivação e gera, de facto, uma perfeita convicção de que os responsáveis políticos

não estão a dar a resposta convicta que, obviamente, deveria ser dada. Portanto, esta dúvida que salta de

Varsóvia para o Peru e do Peru para Paris, de facto, deve fazer-nos pensar, porque as pessoas querem

compromissos, o mundo precisa de compromissos e de passar dos compromissos às ações. Ora, quando nem

aos compromissos conseguimos chegar, fica muito complicado traduzi-lo em ações.

Sr.ª Deputada Margarida Neto, em relação à questão que colocou, aproveito para dizer o seguinte: tenho

muita pena que, a partir de uma determinada altura e de uma determinada Conferência das Partes, o

Parlamento português tenha deixado de estar representado no acompanhamento desses trabalhos, ao

contrário de outros Parlamentos nacionais. Portanto, devia ficar também aqui uma reflexão, relativamente a

estas participações, para o Governo português.

Quanto a algumas das medidas concretas que focou, centro-me na eficiência dos transportes. Gostava,

talvez, de um dia ter oportunidade de debater com a Sr.ª Deputada, em sede de comissão ou noutra sede

qualquer — e, se calhar, teremos essa oportunidade —, se, por exemplo, tendo em atenção o que a Sr.ª

Deputada diz, ao nível energético, e relacionando-o com os transportes, entende que a política de transportes

que está a ser seguida é eficiente do ponto de vista do objetivo do combate às alterações climáticas. A Sr.ª

Deputada, porventura, por aquilo que ouvi, dirá, eventualmente, que sim, mas digo-lhe, convictamente, que

não e que a Sr.ª Deputada pode correr o risco de se centrar nos efeitos de uma crise — efeitos negativos, do

ponto de vista económico e social — para pensar que se estão a encontrar soluções sustentáveis para