O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5 DE DEZEMBRO DE 2013

23

matérias ambientais, quando não é isso que está a acontecer. Mas, depois, daqui a uns anos, a resposta cair-

lhe-á em cima de uma forma, obviamente, negativa.

O mesmo poderei dizer relativamente à vossa insistência na manutenção de um programa nacional de

barragens que, veja bem, Sr.ª Deputada, nem os efeitos sobre o litoral estudou.

Portanto, quando falamos de poder económico, isso pesa tanto, não é Sr.ª Deputada?! Pesa muito mais a

EDP do que a qualidade de vida dos portugueses, do que o bem-estar dos portugueses e, já agora, Sr.ª

Deputada, também do que a nossa sustentabilidade ambiental.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Muito bem!

Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.

A Sr.ª Presidente: — Não havendo mais pedidos de palavra, vamos prosseguir os trabalhos com a

declaração política do Sr. Deputado Hugo Soares.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Evoca-se hoje o falecimento

de um dos maiores estadistas que o País conheceu; faz hoje 33 anos que Francisco Sá Carneiro

desapareceu. Como legado deixou a luta pela liberdade, pela democracia e por um Estado de direito que há

40 anos se libertou do jugo da ditadura.

Nasci e cresci na liberdade, sou da geração de liberdade; não sei o que é ter medo da palavra, ter receio

da autoridade, querer dizer e escrever e não poder. Sou de uma geração que aprendeu os valores do respeito,

da urbanidade, da justiça intergeracional, da solidariedade, tudo por adesão à virtude e nunca por qualquer

temor reverencial. Sou de uma geração habituada a viver numa sociedade com regras, somos um Estado de

direito democrático.

Não tenho, por isso, qualquer memória do que é viver num regime autoritário e também não vivi os tempos

agitados do pós-25 de Abril: o caos na rua e nas empresas, a desordem instalada, o desrespeito institucional e

a vontade férrea de instalar em Portugal um regime que renegava Abril e que empurrava Portugal para Leste.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Mas, Sr.as

e Srs. Deputados, não é por não ter vivido nenhum dos

tempos de que falei que me falta a legitimidade para afirmar, com convicção, que não quero nenhum regresso

ao passado, nem ao tempo da ditadura, nem ao tempo do PREC (Processo Revolucionário Em curso) —

renego os dois por igual.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Em democracia, é o povo, é sempre o povo que escolhe, não é uma qualquer minoria que se diz

esclarecida, vanguardista e tantas vezes egoísta.

Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Nos últimos tempos, temos

assistido a comportamentos e a declarações públicas que nada abonam a favor daquilo que todos devemos

defender.

Falemos claro. Quando se ouve um antigo Presidente da República dizer de um Governo legítimo que

«estes senhores têm de ser julgados», quando pactuou num silêncio cúmplice com um Governo que levou o

País à bancarrota, onde está a ética republicana?

Aplausos do PSD.