I SÉRIE — NÚMERO 23
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Bem como devemos registar o comportamento daqueles políticos que,
estando ainda no ativo, confundem normalmente o plano e o cenário onde devem estar. Como o Sr. Deputado
disse, e bem, umas vezes atuam como manifestantes radicais, outras vezes como democratas moderados.
Portanto, essa capa tem que cair de uma vez por todas…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Essa é a sua veia de estivador inflamado!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … e temos que saber com quem podemos ou não contar, porque o
momento que atravessamos tem custos, tem sacrifícios.
Às vezes, na prática, esquecem-se, como ainda há pouco assistimos aqui no que toca à Câmara Municipal
do Seixal. Seria bom saber se o IMI e a derrama no Seixal baixaram ou aumentaram para sabermos quem
paga e como essas coisas têm custos!… Ou seja, há alguns partidos que procuram esconder o óbvio e alterar
a perceção da realidade.
Sr. Deputado Hugo Soares, quando verificamos que o clima de confiança melhora; que a produção
industrial melhora; que as exportações melhoram; que o desemprego, finalmente, com alguma consistência
vem baixando, ainda que de forma ténue; que a nossa economia começa a dar sinais positivos; que estamos
pertíssimo de acabar o Memorando de Entendimento para voltarmos a ter na nossa mão o nosso destino…
O Sr. António Filipe (PCP): — Quero ver como é que se responde a este pedido de esclarecimento!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … e aí, sim, termos a capacidade de ponto a ponto, de setor a setor,
fazer aquilo que queremos fazer, quer o Partido Socialista, quer o bloco de partidos mais à esquerda — e é
confrangedor assistir a isso — limitam-se a dar voz aos radicais, a dar voz àqueles que procuram parar o País,
a dar voz àqueles que procuram puxar para baixo os sinais positivos.
O Sr. António Filipe (PCP): — Não tem nada para dizer?! Diga qualquer coisa!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Não tenho tanta esperança como aquela que o Sr. Deputado aqui
transmitiu quando disse que este é o momento do consenso. Acho que o consenso é importante, que é
importante saber se o PS quer ou não «vir a jogo» e o silêncio que o PS hoje, aqui, mostra é o sinal evidente
de que este PS, como eu dizia há dias, «não é mata de onde saia lobo».
O Sr. Marcos Perestrello (PS): — Eu só conheço um PS!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Já não se espera nada desse Partido Socialista, nem mesmo uma
oposição ainda que irrazoável!
Protestos do Deputado do PS Marcos Perestrello.
Ter o Partido Socialista acantonado num piquete de greve ou numa aula magna qualquer é, de facto, o pior
a que podíamos assistir no que respeita à oposição que o País espera.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Deve precisar de mais 10 minutos para ver se diz qualquer coisa!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Pergunto-lhe, Sr. Deputado, se tem alguma esperança de que, da
bancada do Partido Socialista, ainda haja algum consenso, mesmo que tenhamos alguma abertura, para fazer
reformas importantes como a do IRC e a da execução do Orçamento. Não tenho essa esperança, mas
gostava que me dissesse se conta com isso.