5 DE DEZEMBRO DE 2013
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O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não, Sr.ª Presidente, não é este Portugal que vimos a construir e não
é este Portugal que queremos construir.
Queremos todos um País mais justo, mais igual e mais solidário; não queremos um País em que a
democracia só existe quando faz a vontade à minoria, não queremos um País feito à medida de alguns. Os
portugueses não querem um País sem ordem; querem um País na ordem.
Sr.as
e Srs. Deputados, estamos a seis meses de terminar o nosso programa de assistência, tendo
ultrapassado já com sucesso nove avaliações da troica. Saímos da recessão técnica com dois trimestres de
crescimento consecutivos; o desemprego tem vindo a descer em cadeia e em termos homólogos e há criação
de emprego — mais de 100 000 portugueses encontraram trabalho nos últimos dois trimestres; as exportações
continuam a ser determinantes; a execução orçamental indicia o controlo das finanças públicas e o
cumprimento das metas do défice; e, ainda ontem, Portugal viu as taxas de juro da dívida pública descerem,
depois de uma operação de mercado classificada por todos, cá e lá fora, como um sucesso.
Por isso, Sr.as
e Srs. Deputados, não sejam aqueles que toda a vida viveram na sombra do privilégio ou na
esfera de influência a deitar tudo por terra.
Faço aqui um apelo, um apelo consciente aos partidos moderados da construção de Portugal e da Europa
para que todos juntos, em defesa do Estado direito democrático, ajudemos a construir um Portugal melhor. É
este o consenso que Portugal clama, é para este consenso que estamos todos convocados! De que estamos à
espera?!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Mesa regista um pedido de esclarecimento do Sr. Deputado Hélder
Amaral, do CDS-PP, a quem dou, desde já, a palavra.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Deputado Hugo Soares,
queria dar-lhe os parabéns pela intervenção que acabou de fazer, porque é exatamente nestes momentos —
não exatamente no momento que se seguirá — …
O Sr. João Oliveira (PCP): — É uma pequena cimeira de articulação entre os partidos e o Governo!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … em que há alguns aspetos positivos, alguns sinais ainda ténues mas
positivos da economia portuguesa que é curioso ver que toda a oposição procura fazer com que passem
despercebidos.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Pesa-lhes na consciência!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É evidente que se há momentos em que a responsabilidade, o sentido
patriótico e o sentido de Estado se exigem àqueles que têm mais responsabilidades, este é exatamente um
desses momentos. É nos momentos de dificuldade que se sabe quem é que tem ou não estaleca para
governar.
O Sr. António Filipe (PCP): — Estaleca?!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Além disso, é curioso que o partido que foi responsável pela situação
em que o País se encontra seja aquele que se demite das suas responsabilidades, que se demite até da
responsabilidade de ser oposição. É a falta desse partido e dessa oposição que permite alguns exageros,
porventura alguns excessos de linguagem, que não quero valorizar porque acho que não é isso que é
relevante, que não é isso que nos deve preocupar.
Porém, devemos registar, especialmente no que respeita àqueles que têm e tiveram responsabilidades,
não só as coisas boas que fizeram mas também os erros que cometeram e que agora se demitem de assumir.