5 DE DEZEMBRO DE 2013
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a pena fazer um esforço maior? Vale a pena melhorar e investir, em nome de uma escola para todos e para
todas? A resposta que dão, a resposta que esta direita e estes ideólogos radicais da direita nos dão é a de que
não vale a pena. A escola elitista é a sua escolha e, neste elitismo, é evidente que, como também bem
destacou, a humilhação dos professores e das professoras contratados faz parte do horizonte de destruição da
escola pública e dos valores democráticos que a guiam.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria
José Castelo Branco.
A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Honório, antes de
mais, queria chamar a atenção que, em todo e qualquer projeto, é essencial o processo de avaliação para se
poder avaliar, tal como o nome indica, ponderar os modelos que foram adotados e, eventualmente,
reorganizar, reponderar e até introduzir alterações conducentes a que sejam obtidos melhores resultados, o
mais próximos possível daqueles que foram estabelecidos como objetivos.
A situação do PISA é a de um instrumento de avaliação, aliás, como a Sr.ª Deputada frisou, e bem, pelo
que temos de ter em linha de conta que é um instrumento que serve para avaliar, para ponderar e,
eventualmente, reconfigurar aquilo que está em curso em cada sistema educativo dos países que aderiram a
esta mesma avaliação.
Convém lembrar que este projeto, o PISA, está em implementação desde 2000. Portugal aderiu, desde o
início, a este projeto e, logicamente, não podemos deixar de avaliar e ter em linha de conta aquilo que é
considerado e está patente no Relatório, nomeadamente tudo o que foi conseguido, em termos, por exemplo,
da Matemática — conhecimentos de per si e também a aplicação desses mesmos conhecimentos à realidade
—, em Ciência, nas várias áreas do conhecimento.
Também não podemos esquecer que este mesmo projeto PISA está a alargar, cada vez mais, o número de
parâmetros que tem em linha de conta, tornando mais fiáveis os valores que são obtidos.
Não posso deixar de focar, por exemplo, o aspeto de que tem sido aumentado o número de amostras, o
número de parâmetros, de que têm sido alargados os aspetos a avaliar, ou seja, não são só os
conhecimentos, mas a sua aplicação prática, a perspetiva instrumental desses mesmos conhecimentos, que
cada vez mais se torna pertinente na sociedade atual. E não podemos esquecer que os relatórios são,
efetivamente, instrumentos de trabalho e servem para os decisores políticos dos países envolvidos insistirem
nas mudanças conducentes a melhorar cada vez mais as performances e os conhecimentos dos alunos e dos
jovens envolvidos. Tal como também não podemos esquecer que, aqui, o que está a ser avaliado são os
alunos com 15 anos, os conhecimentos evidenciados por esses mesmos alunos.
Assim, o Relatório PISA 2012 revela todas essas melhorias e debruça-se sobre o período entre 2003 e
2012. Portanto, nestes conhecimentos, temos de o ter em linha de conta, principalmente no que diz respeito à
aplicação prática desses conhecimentos em contexto real.
Muito há a fazer, logicamente, e é sempre possível fazer melhor no que toca à educação. Destaca-se, por
exemplo, um aspeto que também aparece e é avaliado neste Relatório, que é o da importância que pode ter a
diversificação de modelos de ensino e os objetivos conseguidos pelos países que adotaram essa mesma
diversificação de modelos de ensino.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Os resultados são favoráveis e, portanto, tudo aponta que
isso é importante. A Sr.ª Deputada questiona se vale a pena e, logicamente, vale a pena…
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — … e vai ser tida em linha de conta a melhoria e diversificação
dos modelos para ir ao encontro das diferenças, já que todos somos diferentes.