11 DE DEZEMBRO DE 2013
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Quero lembrar que, quando este Programa estiver executado, Portugal passará dos atuais 46% para 64%
de aproveitamento do seu potencial hídrico, ou seja, haverá um salto qualitativo em termos de aproveitamento
dos nossos recursos hídricos; que, nos países mais desenvolvidos da Europa, estes índices já são
normalmente superiores a 90%; e que esta importante infraestrutura envolve um investimento de cerca de 300
milhões de euros, num momento tão importante em que o País está tão carente de investimentos.
Também é importante lembrar que o número de postos de trabalho a criar, durante os quatro, cinco anos
que as obras irão decorrer, será de cerca de 4000. Ora, são dados muito importantes para que esta obra não
tivesse parado e, felizmente, o Governo tomou a decisão certa e a obra está em execução.
De referir que este plano nacional de barragens existiu depois de feita a avaliação da componente
ambiental de 25 locais pré-definidos e que foram selecionados 10 desses locais e este, o da barragem de Foz
Tua, é um desses locais.
No caso concreto, a barragem de Foz Tua está associada a um projeto de desenvolvimento regional que já
mereceu, aliás, a aprovação de todas as câmaras municipais que são bordejadas pelo futuro lençol de água
que a albufeira irá criar.
De referir que houve um esforço, um grande esforço, de conciliação entre as dimensões económicas, a
sustentabilidade social e também a sustentabilidade ambiental nesta obra, tendo-se passado de uma quota do
paredão de 200 m para 170 m. Houve, pois, a preocupação de conciliar todos estes interesses.
O aproveitamento de Foz Tua, como se demonstrou, é compatível com a manutenção da classificação do
Alto Douro Vinhateiro (ADV) como a UNESCO reconheceu.
Mas também temos de afirmar que uma obra desta dimensão causa sempre distúrbios ambientais
relevantes.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Não me diga!?
O Sr. Mota Andrade (PS): — Sim, causa sempre distúrbios ambientais relevantes.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Quem diria!?
O Sr. Mota Andrade (PS): — Mas esses distúrbios tiveram soluções claras…
Risos da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.
… que levaram a que a UNESCO, volto a frisar, tivesse dado o seu aval para a execução desta obra.
Quero também lembrar — coisa que muitos Deputados desconhecerão — que o Alto Douro sempre
conviveu bem com as barragens. Aliás, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, se não fossem as barragens, não
existia navegabilidade do Douro…
Risos da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.
… e, sem existir navegabilidade do Douro, muitos milhares de pessoas não poderiam desfrutar do Douro
por via fluvial e não podiam apreciar essa paisagem classificada.
Mas, para além disso, para nós, Partido Socialista, nunca se tratou de optar entre saber o que era mais
importante, se a barragem de Foz Tua, se a classificação do Alto Douro Vinhateiro. Para nós, ambos foram
sempre cruciais para o desenvolvimento da região e do País, ou seja, a manutenção da classificação do Alto
Douro Vinhateiro como Património da Humanidade, mas também a realização da barragem.
Sr.ª Presidente, hoje já está criado o parque natural regional, um parque que irá futuramente também
potenciar o desenvolvimento daquela região. Esse parque será gerido por uma agência para o
desenvolvimento, cujos membros são as cinco câmaras que o integram, como há pouco disse, e que são
bordejadas pelo lençol de água, juntamente com a EDP.
Quero lembrar, ainda, que está em estudo um grande projeto de mobilidade, que será um projeto-âncora
para toda a região e no qual se irão investir mais de 10 milhões de euros.