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I SÉRIE — NÚMERO 36

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reiteradamente faz, esquecendo-se que estes sinais são factos e os factos não são de esquerda nem de

direita; são isso mesmo: factos!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Por isso, com o Memorando cumprido, a prioridade deve ser recuperar a economia, atrair investimento,

executar a reforma do IRC, desburocratizar os processos, simplificar procedimentos, reduzir a dívida pública,

reformando ainda mais o setor empresarial do Estado e contratualizando com o sector social em áreas como a

solidariedade, a saúde ou a educação, para que, reduzindo a dívida, possamos reduzir a elevada carga fiscal

que fomos obrigados a impor, sobretudo no rendimento das pessoas.

É neste contexto que, à semelhança da reforma do IRC, a comissão criada pelo Governo para o IRS é,

para o CDS, essencial.

Devemos concentrar-nos na necessidade de o sistema fiscal valorizar mais o trabalho e a família e fazer

tudo para que, em 2015, se inicie o processo de redução fiscal.

Devemos também reforçar políticas concretas de coesão territorial e de combate firme ao desemprego,

nomeadamente com recurso aos fundos comunitários, enfrentar o problema demográfico que temos e as

implicações que ele tem na sustentabilidade da segurança social sem preconceitos ou dogmas.

Por isso, Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, o futuro é maio de 2014, o Portugal pós-troica, que não

será fácil, mas que será diferente, em que recuperaremos a nossa soberania. Essa soberania e essa

autonomia requerem liberdade e essa liberdade vai exigir de todos nós máxima responsabilidade:

responsabilidade de dialogar; responsabilidade de convergir; responsabilidade de ceder e obter cedências; e

responsabilidade de aproximar posições, de dirimir diferenças, de atenuar discórdias e de termos a coragem

de consensualizar posições.

É por isso que registamos a disponibilidade demonstrada ontem pelo Secretário-Geral da UGT para um

compromisso importante no pós-troica.

E é também por isso que, com responsabilidade e humildade democrática, apelamos ao PS, ao maior

partido da oposição, para que contribua, não para este Governo ou esta maioria, mas para que Portugal possa

terminar o resgate e possa ter um futuro melhor no período pós-troica.

É este o esforço que os portugueses desejam e, sobretudo, é este o esforço que os portugueses merecem

depois de tanto sacrifício.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado Nuno Magalhães, inscreveram-se quatro Srs.

Deputados para lhe pedirem esclarecimentos. Entretanto, o Sr. Deputado informará a Mesa como pretende

responder aos pedidos de esclarecimento.

Em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, queria, em primeiro lugar,

em nome da bancada do Partido Socialista, saudar a realização do 25.º Congresso do CDS, onde tive o gosto

de estar presente e até de reencontrar pessoas que muito estimo.

Hoje, o Sr. Deputado Nuno Magalhães, na sua declaração política, veio fazer a síntese daquilo que foi o

Congresso, ou seja, veio fazer a abertura oficial da campanha eleitoral.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. José Junqueiro (PS): — Mais: aquela sala, em determinado momento, pareceu-me mais um

offshore onde se escondia a realidade portuguesa, da qual não tiveram vontade de falar. E também foi o sítio

onde os senhores começaram a anunciar os amanhãs que cantam. Isso foi uma dominante geral do

Congresso e daquilo que pudemos testemunhar.

A minha maior surpresa não é a do início da campanha eleitoral, não é a de esconder a realidade

portuguesa e não é, tão pouco, o anunciar dos amanhãs que cantam. A minha maior surpresa é que não vi, no