I SÉRIE — NÚMERO 40
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horário de trabalho de 1 a 10 horas por semana… Este é o País que está a ser construído! Esta é a
desigualdade! Esta é a precariedade!
Finalmente, percebo que o PSD não queira ser triunfalista, porque, de facto, não tem mesmo nada a
apresentar a não ser uma meta do défice sempre revista para um País a ser, continuadamente, destruído.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno
Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, confesso que farei
um pedido de esclarecimento sobre a declaração política que V. Ex.ª fez porque, ao ouvir os oradores que me
antecederam, tenho alguma dificuldade em compreender, nomeadamente, o tom das intervenções e relacioná-
las com o que V. Ex.ª disse.
E o que e que V. Ex.ª disse? Disse que ao fim de 1004 dias de recessão técnica o País, finalmente, teve
recuperação económica.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — O senhor disse que nos segundo e terceiro trimestres do ano
passado houve crescimento económico e, aliás, tudo o indica que também haverá neste último trimestre; o
senhor disse que as exportações subiram 4% sobre o melhor ano de sempre; o senhor disse que o turismo
subiu 8% sobre o melhor ano de sempre; o senhor disse que foi hoje anunciada uma meta ao nível da
execução orçamental, por volta dos 5%, que não só cumpre com a meta que estava prevista como até com a
meta que foi negociada. E o que é que a oposição fez? Diz: bom, são dados positivos, ficamos satisfeitos, há
uma melhoria?!… Não! A oposição está zangada! Os senhores da oposição estão zangados!
Sr. Deputado, acho que a oposição está zangada, sobretudo, com Portugal, com os portugueses, com os
empresários, com os trabalhadores que, com brio, fizeram um esforço para atingirmos estes objetivos.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Estão zangados! Mas eu percebo, Sr. Deputado, porque é que estão zangados. Estão zangados e até
perdem aqui uma boa oportunidade para fazer um ato de contrição.
O Sr. Deputado fez algumas citações e eu vou fazer mais algumas.
Em julho de 2013 — veja bem, Sr. Deputado, julho de 2013, já estávamos em pleno crescimento
económico e de inversão da tendência — António José Seguro dizia: «Está provado que estes cortes, Sr.
Primeiro-Ministro, provocam espiral recessiva e que a espiral recessiva significa aumento de défice e
desemprego galopante.»
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — E é verdade!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Onde está o Secretário-Geral do Partido Socialista hoje?! Onde está
esta espiral recessiva a que o Secretário-Geral do Partido Socialista se referia?! Bom, manifestamente parece
ter perdido o discurso…
Recordo-me, por exemplo, do Sr. Deputado Pedro Jesus Marques que, em junho, há seis meses, dizia:
«Estes números são o fim de uma política. Não há nenhuma razão para acreditar que vem aí a recuperação
económica e, muito menos, a ténue possibilidade de o Governo atingir as metas a que se comprometeu.»
Onde é que se enquadram estas declarações?!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Falharam todas!