30 DE JANEIRO DE 2014
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remuneração e o que temos é emprego de biscate, é emprego que não serve para a vida das pessoas, é
emprego indecoroso, de menos de 10 horas.
Por outro lado, dizem, nesta campanha forte que se avizinha para as eleições, que a taxa de desemprego
melhorou. É bom, mas não vamos embandeirar em arco, não vamos embandeirar em arco.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Eu queria ver, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, se estivessem em Portugal os
148 200 portugueses que tiveram de emigrar — e emigraram, porque foram procurar emprego —, qual era a
taxa de desemprego que teríamos neste momento.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Concluo mesmo, Sr. Presidente.
Queria perguntar ao Sr. Deputado Miguel Tiago o seguinte: a propósito da espiral…
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, já excedeu, em muito, o tempo de que dispunha.
Peço-lhe que conclua.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Vou só fazer a pergunta, Sr. Presidente.
A propósito da espiral recessiva e económica (mas não parou a espiral recessiva de destruição social),
queria perguntar ao Sr. Deputado se foi só o PS que ouviu o Sr. Primeiro-Ministro dizer que não seria preciso
cortar salários,…
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, tem de concluir.
O Sr. Nuno Sá (PS): — … pensões e reformas, nem despedir funcionários públicos para fazer a
consolidação orçamental, e depois quebrou estas promessas.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, tem de concluir.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Foi só o Partido Socialista que ouviu isto?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Sá, relembro que, mesmo durante a
declaração política do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, referi que esta maioria conseguiu
a dimensão que tem, precisamente, com base nas mentiras. E referi-me também a essas mentiras,
nomeadamente em torno de ser desnecessário aumentar impostos, de ser um disparate cortar subsídios, de
não ser necessário despedir funcionários públicos para, depois, assim que obtiveram o poder, poderem
praticar não só isto como ainda mais.
Sr. Deputado, permita-me que lhe diga que a forma como caraterizo a ausência do PSD e do CDS neste
debate não é a de timidez parlamentar, mas de cobardia política e uma tentativa de fuga às suas
responsabilidades.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
E não é curioso, é, aliás, natural que não queiram assumir que existem estes dados, além daqueles com
que, sistematicamente, nos bombardeiam para branquear a situação em que o País está mergulhado.