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30 DE JANEIRO DE 2014

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Sr.as

e Srs. Deputados, sabemos o que fizeram com a formação de adultos: há dois anos, acabaram com

ela dizendo que tinham um novo paradigma e, dois anos depois, Portugal ficou sem formação de adultos.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Vemos agora o que estão a fazer nas universidades: acabam com as

bolsas ao mesmo tempo que retiram orçamento às universidades e aos politécnicos e que deixam os centros

de investigação e os laboratórios nacionais sem possibilidades.

O que temos hoje não é um campeonato para ver quem fica bem na fotografia! Sabemos que quem está

muito mal na fotografia são o PSD e o CDS. Sabemos também, porque isto não é um problema de bolseiros

mas, sim, da universidade e, acima de tudo, do País,

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Conclua, Sr.ª Deputada, se faz favor.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — … que aquilo de que precisamos é, sem dúvida, de um sobressalto cívico

na defesa da qualificação, do conhecimento e da possibilidade de futuro do nosso País.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Elza Pais, do

PS.

A Sr.ª Elza Pais (PS): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Quero começar por cumprimentar os

bolseiros que aqui estão hoje connosco e por dizer-vos que também nós, no Partido Socialista, não

percebemos — não percebemos mesmo! — estes cortes irracionais. Não percebemos as políticas de

destruição da ciência, que chega a ter cortes de 70%, não percebemos o desperdício do esforço feito nos

últimos 20 anos, do qual saíram muitos investigadores de excelência, com provas dadas internacionalmente e

que muitos prémios angariaram para Portugal, dos quais muito nos orgulhamos.

Não podemos esquecer que a ciência é uma parte indissociável do desenvolvimento económico do nosso

País. Por isso, desbaratar todo este capital que tanto nos custou a construir é desperdiçar a ciência, é não

estar a contribuir para este desenvolvimento e para que possamos sair da crise também com a ajuda da

ciência.

Não se percebe, de facto, toda esta machadada que a ciência está a levar. A comunidade científica

associa-se a esta incompreensão quando também dá conta de que a ciência está a ser decapitada, de que a

ciência está a levar uma razia ao nível dos seus recursos humanos altamente qualificados, nos quais tanto

investimento colocámos.

Com estas novas medidas, acabaram de mandar 5000 cientistas para o desemprego, com estas novas

medidas acabaram de mandar 5000 cientistas para a emigração, num momento tão difícil para os cientistas,

num momento tão difícil para a vida das famílias!

Protestos do Deputado do PSD Duarte Filipe Marques.

Não, não estou a dizer um disparate, Sr. Deputado!

Tinham necessidade de fazer isto? Não tinham! E sabe por que é que não tinham? Porque têm dinheiro no

OE (Orçamento do Estado), como os senhores dizem. Então, se têm dinheiro no OE, por que é que não o

investem naquilo para que o dinheiro foi alocado?

Não há, de facto, justificação para o desbaratamento que estão a fazer ao nível dos recursos humanos

qualificados, a não ser uma obsessão ideológica de empobrecimento do País que agora também chega à

ciência.

Falemos em números de investigadores. A confusão é mais que muita, é um projeto sem rumo: o Sr.

Ministro diz que temos 12 000 investigadores — que vinham de trás, porque poucos associou aos números