14 DE MARÇO DE 2014
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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, o Deputado Francisco Lopes disse uma
grande verdade na sua intervenção, a de que nós tivemos praticamente uma década de estagnação, seguida
de uma recessão profunda e violenta, que foi a maior registada desde sempre. O Sr. Deputado Francisco
Lopes afirmou isso na sua intervenção e eu não posso deixar de concordar.
O problema, depois, foi não ter tirado as devidas conclusões. É que, quando este Governo tomou posse,
essa década já vinha de trás e essa recessão já vinha a galope em cima da governação socialista. Ora, o
Memorando de Entendimento foi pedido precisamente para Portugal não chegar ao ponto de o Estado
português passar pela vergonha de não ter sequer dinheiro para pagar e assumir os seus compromissos,
nomeadamente, com os reformados e com as prestações sociais.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Foi essa a conclusão que o Sr. Deputado Francisco Lopes não tirou.
E, a partir daí, há outra coisa que a oposição aqui esquece, obnubila, relativamente à qual lhe dá um lapso
de memória, que é esta: se o ponto de partida foi este, como o próprio Sr. Deputado aqui admitiu, o ponto em
que estamos agora é — e ainda bem — substancialmente diferente,…
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — É pior!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … fruto de dois anos e meio de governação deste Governo.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Assim: o desemprego desceu;…
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Não, não! Aumentou!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … aumentou o número de empregos; a produção industrial, este ano, foi a
maior da União Europeia.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. João Oliveira (PCP): — É falso!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Eu escusava de estar aqui a repetir tudo isto que já foi aqui dito.
Protestos do PCP e do BE.
Sr.ª Presidente, gostaria de ter alguma possibilidade de continuar.
A Sr.ª Presidente: — Faça favor de prosseguir, Sr. Deputado.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Como dizia, eu escusava de estar aqui a repetir, até à exaustão, todos
esses fatores.
Termino este aspeto, dizendo apenas o seguinte: no ano passado, em 2013, foram criadas, em Portugal,
mais de 13 000 novas empresas. Mas empresas que não são balcões virtuais, que não se criaram sem
trabalhadores, têm pessoas a atender.
Portanto, a tese de que não se criou novo emprego e não se diminuiu o desemprego cresce, pela própria
natureza das coisas, como água em terreno desértico, isto é, não dá nada. Os senhores não conseguem
sequer fundamentar aquilo que estão a dizer, porque a realidade desmente-vos.