O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 DE MARÇO DE 2014

19

É por isso que este caminho não serve o País e é urgente e necessária a derrota deste Governo e desta

política de empobrecimento e de retrocesso civilizacional.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, do

Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança

Social, ficamos a pensar em que país é que o Sr. Ministro vive. Vem aqui tentar ensaiar uma suposta

discussão de apoio ao emprego jovem, de combate ao desemprego jovem e perde-se nas suas contradições e

do seu Governo.

Primeiro mandaram todos os jovens emigrar. E hoje a geração mais qualificada deste País já não está em

Portugal.

Depois, cortaram o financiamento à escola, o financiamento à investigação, e agora vêm dizer que vão dar

apoio à formação, para combater o desemprego.

Antes e durante destruíram toda a economia, destruíram centenas de milhares de postos de emprego e

agora vêm dizer aos jovens: «Desenrasquem-se! Vão vender pipocas para a rua! E, se não conseguirem

vender pipocas, a culpa é vossa. Não foram empreendedores o suficiente. Não foram criativos o suficiente.

Não foram eficientes o suficiente. A culpa é vossa!» É esta a estratégia do Governo!

Sr. Ministro, tenho a dizer-lhe que não há nenhuma falta de estágios e de formação para a geração mais

qualificada do País. Há é falta de emprego. Não há falta de empreendedorismo. Há é falta de emprego. Não

há mais emprego. Há é mais emigração. Não há mais emprego. Há é mais subemprego, há é mais

precariedade no País. Trabalho parcial, é esse o emprego que está ou diz estar a criar.

Os frutos da estratégia do Governo são o aumento de 40% do trabalho temporário. A maior parte destas

pessoas não recebe sequer o salário mínimo, recebe salários abaixo dos 500€ por mês. Os frutos da

estratégia do Governo são milhares de pessoas que trabalham no Continente, no Pingo Doce, nos

supermercados deste País, turnos de quatro horas. Quatro horas por dia, em turnos rotativos, para não

poderem encontrar um outro trabalho, por 300 € por mês! É este o trabalho criado. Os frutos da estratégia do

Governo são contratos a prazo em que os jovens trabalham por 500 € ou 600 €, seis meses após seis meses,

com medo de dizer ao patrão o que pensam porque vão ser despedidos nos próximos seis meses, porque não

têm qualquer estabilidade.

Sr. Ministro, que País é este? Acha que este é um País melhor do que tínhamos há três anos? Acha que

este é um País onde algum jovem queira viver, queira constituir família, queira levar a sua vida para a frente,

queira ter um futuro?

Sr. Ministro, tenha a coragem de vir dizer aos jovens que enfrentam toda esta precariedade que o País e o

seu futuro em Portugal está melhor e que podem constituir aqui alguma perspetiva e fazer alguns planos de ter

um futuro melhor do que os seus pais tiveram.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado David Costa, do PCP.

O Sr. David Costa (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: O

Governo pode continuar a fazer propaganda mas, em concreto, o que realmente subsiste é uma tremenda

realidade para os portugueses.

O desemprego atinge níveis incomportáveis e ainda assim continuam a ser despedidos todos os dias

dezenas e dezenas de trabalhadores. São os casos dos 127 trabalhadores da Kemet que, num processo de

despedimento coletivo, veem os seus postos de trabalho deslocalizados para o México; dos trabalhadores da

Moviflor, empresa envolvida num plano especial de revitalização que atira para o despedimento mais de 200

trabalhadores; da Trecar, em São João da Madeira, ou das empresas do sector têxtil e mobiliário em Barcelos,

Famalicão e Fafe.