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14 DE MARÇO DE 2014

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O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Muito bem!

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Condenar Portugal a um longo período de desinvestimento nos fatores

criadores de competitividade e crescimento, recuar na educação e na ciência, fragilizar a coesão social, não é

nem pode ser o único caminho. Manter uma penalização do investimento na economia portuguesa e nas

nossas empresas significa prolongar o afastamento da média europeia.

Há hoje um coro pré-eleitoral, por essa Europa fora, que afirma que a crise do euro está ultrapassada.

Ultrapassada como? Quando há uma Europa que cresce e outra que se afasta, quando há um euro que

serve o centro da Europa e um erro no euro que empurra o sul e a periferia para a divergência, no

desemprego, no rendimento das famílias, nas desigualdades, como é que está ultrapassada a crise do euro?!

Não, não é esta a Europa pela qual tantos lutaram, pela qual tantos ambicionaram.

Aplausos do PS.

Tem de haver outro caminho, um caminho que exija responsabilidade mas que garanta solidariedade, que

imponha rigor mas que assegure resultados.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Há hoje um verdadeiro imperativo nacional: dar voz a um consenso que se

faz não com a imposição de caminhos únicos e obrigatórios mas com escolhas que os cidadãos

compreendam.

O Sr. Alberto Martins (PS): — Muito bem!

O Sr. Vieira da Silva (PS): — E esse caminho, esse consenso de que agora alguns tanto falam quando

dele se esqueceram num passado bem próximo, não se faz insistindo na política de divisão e culpabilização:

mais cortes nas pensões, mais cortes nos salários, menor proteção laboral, menos educação e saúde mais

longe dos mais frágeis. Esse caminho não pode gerar nenhum consenso em Portugal.

Este é o Governo que chega a propor medidas que nem os supostos beneficiários afirmam desejar. Quem

optou por duplicar a austeridade com a arrogância de quem possui a verdade científica, quem o fez sem

procurar nenhum consenso, não tem hoje legitimidade para apelar a consensos que mais não são do que um

apelo à subscrição de uma política e da sua ortodoxia.

Aplausos do PS.

Foram estas, foram vossas as opções que romperam com qualquer hipótese de consenso.

Precisamos de compromissos e a sociedade portuguesa deu e dá mostras de que está disponível para o

construir. Quem está fora desse espírito de compromisso — e desde ontem ainda mais — é este Governo, não

é o Partido Socialista, não são os parceiros sociais, não é a maioria da sociedade portuguesa.

Aplausos do PS.

A austeridade reforçada para este ano, mais para 2015, como é a proposta do Governo, significa

aprofundar o empobrecimento, mas significa também afastar ainda mais os cidadãos da Europa e das políticas

feitas em seu nome.

Para quem, como nós, fez da Europa um dos pilares da nossa vida democrática, insistir nessa via significa

também empobrecer a democracia.

O Sr. João Galamba (PS): — Muito bem!